Um molho saloio de cebolas |
Réstias de alhos e cebolas |
Sabia que não era uma «réstia»,
designação que deriva da corda de junco entrançado, e daí o nome ter sido
adoptado para designar um conjunto de cebolas ou alhos presos pela sua rama ou
palha entrelaçadas. O sábio padre Rafael Bluteau, no século XVIII, designava por «cabo» um conjunto
de legumes (cebolas, alhos) entrançados que compunham a réstia. Mas estas não
estavam entrançadas e muito menos entrelaçadas, não constituindo uma «trança». Que
isto de entrelaçar cebolas tem a sua arte. Existiu mesmo uma actividade de enrestiar
cebolas, cujos últimos artesão já quase desapareceram. Como tudo tem o seu
saber que se ganha com a prática. Para se enrestiar cebolas é preciso agarrar
na palha, isto é, nos caules secos e começar a fazer a réstia que deve ter 25
cebolas postas em fila, que se vão introduzindo uma por uma.
Atado de figos |
A expressão «cambulha», que provém da palavra de origem árabe qambal para significar uma porção de coisas juntas, por exemplo figos, enchidos, ou mais facilmente compreensível as chaves, ligados por um fio ou argola, também não parecia aqui apropriada.
Ficamos então com o «molho saloio» e não ficamos mal.
2 comentários:
Também no Alto Minho se chama "cambulho" a uma dúzia de solhas (de rio) que se encontram enfiadas pelas guelras num atado vegetal, vime ou salgueiro. Também há quem lhe chame "camba" ou "cambada"Estes nomes levam-me á meninice passada sempre que possível na beira do rio Minho.Muitos e sinceros parabens pelo blog de alta qualidade e gosto.
Alvaro Silva,
Agradeço o seu comentário que completa o sentido do texto e as suas amáveis palavras. Cumprimentos
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