Um momento de repouso
permitiu aos dois soldados tomarem uma pequena refeição. Sobre um bloco de
pedra um pão (uma carcaça) duas latas de sardinhas em conserva e uma garrafa de
cerveja. Armas e sacos postos de lado nada nos informa sobre o local e a função
que estão a executar.
É também omissa a data. Como
único elemento identificador o rótulo da garrafa de cerveja Sagres, apenas
parcialmente visível, que nos informa tratar-se de uma garrafa da década de
1970.
Se assim não fosse
atribuiria talvez à foto uma data mais antiga, embora a forma de abertura da
lata nos situem também já numa década mais avançada. E digo mais avançada em
relação ao documento que a acompanhava e que é anterior. Data de 1937 e é
um pequeno postal-convite enviado por correio e ainda com o selo e carimbo de
Coimbra de 18 de maio de 1937. Com o título «Notícias farmacêutica» convida o
endereçado e a sua família a assistirem a uma conferência sobre «A arma química
e a futura guerra».
Não podemos saber o que foi
dito mas haveria seguramente uma referência à mostarda nitrogenada que foi
usada como gás mostarda na primeira Guerra Mundial. Muitas vítimas foram atingidas
por esse produto letal e extremamente vesicante que provocava lesões cutâneas e
pulmonares a quem o inalava. A sua disseminação pelo ar podia ser insidiosa e
como cheirava a alho vários posters de alerta foram divulgados pela tropa.
Imagem tirada da internet |
Percebeu-se depois que este
produto atacava predominantemente a medula óssea e o sistema linfático, locais
de formação e armazenamento das células sanguíneas. Por esse facto passou a ser
usado em leucemia e em doenças linfoproliferativas. A Doença ou Linfoma de
Hodgkin sofreu o seu grande revez e a maior parte dos doentes começaram a ficar
curados. Hoje já não se usa mas este foi o primeiro grande avanço em
quimioterapia.
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