Com esta designação, que nos
remete para o universo conventual, surge-nos um doce hoje considerado regional
na Covilhã, na ausência de origem comprovada numa comunidade religiosa. A sua divulgação deu-se na antiga confeitaria “A Lisbonense”, fundada num recanto do Largo do Pelourinho em 1912 por Francisco Muñoz Gomes
(Paco), um espanhol, que tendo vindo de Lisboa para aí foi viver e onde
veio a falecer em 1956.
Nela trabalhou o pasteleiro
Joaquim Duarte de Oliveira que foi o responsável pela grande variedade de doçaria,
tão apreciada na cidade e sobre a qual já anteriormente falei.
Após a morte do ”espanhol”, como era conhecido o Paco, a propriedade da confeitaria passou para Artur Campos,
dono do Montalto e de outras unidades hoteleiras. Ao balcão esteve sempre o sr.
José Correia que, em 1969, passou a fazer parte da nova sociedade juntamente com o
pasteleiro já referido.
A Lisbonense à esquerda e o Montiel à direita |
Após o encerramento da pastelaria
«A Lisbonense» os bolos que haviam adquirido fama passaram a ser feitos noutras
pastelarias, como é o caso do Montiel, onde adquiri estas gargantas de freira.
A garganta de freira é um
doce em forma de canudo, feito com massa de hóstia e recheado com fios de ovos.
Nada tem a ver com outro
doce famoso da Covilhã, o «órgão», em que os canudos são feitos com massa, recheados com
doce de ovos e encimados (porque se apresentam ao alto, agrupados) com fios de
ovos. Sobre essa raridade, demasiada trabalhosa para ser feita nos dias de
hoje, falarei outra oportunidade.
O Montiel junto ao autocarro em fotografia existente no interior do estabelecimento. |
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