domingo, 26 de junho de 2022

Doce e chutney de kumquat

O kumquat é ainda um fruto raro em Portugal, mas como diz o ditado: «Não há fome que não dê em fartura». Uma pessoa amiga que sabe que eu gosto deu-me uma boa quantidade deles. Depois de comer alguns percebi que tinha que os preservar, no sentido antigo do termo, isto é, fazer uma conserva.

Já anteriormente falei neste fruto, em 2018 quando o descobri e em 2019 quando o experimentei novamente.

Volto agora ao tema da transformação deste citrino, que se come com a casca, e que se destina apenas a apreciadores de citrinos amargos, entre os quais me incluo.

Com os kumquats que recebi decidi fazer Doce. Aviso já que a receita não tem nada de especial, quer dizer é idêntica à das laranjas, mas o trabalho é enorme. É preciso cortar o fruto e tirar os caroços: tarefa morosa. Depois usei menos açúcar do que a quantidade de fruta; fiz uma boneca com uma gaze onde introduzi os caroços para dar consistência ao doce, juntei um pau de canela e um pouco de especiarias (five spices chinesas). Ficou uma delícia!

Vamos agora ao Chutney de kumquat. Aqui fica a receita, tal como eu adaptei a partir das minhas consultas. 

Acrescento apenas que aproveitei a boneca de gaze com os caroços, que tinha usado para o doce. Não se esqueçam de deixar de apurar bem. Fica muito bem com carne (é claro!) mas também com queijo, como fazem os ingleses.

O resultado? Próprio de uma artista portuguesa.

sábado, 11 de junho de 2022

As marchas populares, em papel

 

Na continuação da anterior publicação, ao organizar folhas para recortar de revistas antigas, deparei-me com estas, tão adequadas à época festiva em que nos encontramos.

 Os desenhos são da autoria de José Manuel Soares que nasceu a 7 de Setembro de 1932, em São Teotónio, no concelho de Odemira, e faleceu em 2017, na Costa da Caparica onde então vivia.

Começou precocemente a interessar-se por desenhos e pintura e aos 16 anos já estava em Lisboa onde começou no desenho publicitário

Foi ilustrador de imensos manuais escolares, de revistas e jornais. Nos desenhos, tal como na pintura, evidenciou um gosto historicista em que ilustrava monumentos nacionais, acontecimentos e figuras históricas.

Podemos encontra ilustrações suas em várias revistas como O Diabrete, mas fez também histórias aos quadradinhos no Norte Infantil, do Jornal do Norte e em várias outras como no Cavaleiro Andante; Lusitas; Mundo de Aventuras; Fagulha, Spar, etc.

Trabalhou ainda para outras publicações como Cara Alegre, Os Ridículos, O Pimpão, Jornal do Exército, na Colecção Manecas e capas para vários livros como os da Colecção Tigre, Salgari, etc.

Dito isto, dá para perceber, que era uma daquelas pessoas em que o desenho sai fácil e constante do seu lápis.

Tem hoje um Museu em Pinhel, com o seu nome próprio, que aguardo ansiosamente um dia visitar.

Ficam as imagens das marchas, que será o mais perto, que vou estar destas festas populares, nuns festejos em que todos actuam como se a pandemia tivesse acabado e em que se prevêem 350.000 infectados apenas neste período. Espero não lhes ter estragado a festa!

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Um fogão para bonecas, oferta de O Mosquito

 

O Mosquito foi um semanário infantil que começou em 1936. O director editorial foi Raúl Correia e o artístico Cardoso Lopes. Até 1942 manteve esta periodicidade semanal pelo que, apesar de não ter a data deste suplemento, Nº 229, penso que date de 1939.

Este tema é interessante por várias razões: em primeiro lugar mostra-nos que então nos lares portugueses predominavam ainda os fogões a lenha e em segundo como as meninas copiavam, nas suas brincadeiras, as acções das suas mães e reproduziam esses exemplos com as próprias bonecas.

Nestes suplementos podiam encontrar-se recortes com muitas tipologias de casas, de fábricas, etc. e que quase permitiam fazer um "Portugal dos Pequeninos", ainda em mais pequeno. Espero que gostem!