quarta-feira, 24 de abril de 2024
O 25 de Abril há 49 anos
segunda-feira, 22 de abril de 2024
Nos 50 anos do 25 de Abril
Assinalo os 50 anos da Revolução de 25 de Abril com uma mostra de parte de uma colecção de postais publicados nos 5 anos dessa data.
Palavras para quê? Todos excepcionais feitos por importantes artistas portugueses.
E nem as crianças deixaram de colaborar com a sua visão!
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Um brinde da Taberna Ingleza
A empresa que havia fundado a Taberna Ingleza, em 1908, ofereceu aos seus clientes um pequeno Almanack-Brinde para o ano de 1909.
Situada na Rua
Jardim do Regedor, 33, em Lisboa, perto dos Restauradores, numa zona então
muito movimentada, era descrita como “um elegante restaurante que tomou o
título da célebre e bem conhecida Taberna Ingleza, que há anos existiu no Cais
do Sodré”.
Referia-se assim a um dos restaurantes que existiu na zona ribeirinha, no local onde se situava um botequim do Marrare. António Marrare fundou quatro botequins: o de S. Carlos à esquina da Rua da Figueira (hoje rua Anchieta); o chamado Marrare das Sete Portas no Arco do Bandeira; o Marrare de Polimento no Chiado, e o do Cais do Sodré N° 9, à esquina da Travessa dos Romulares.
Este último acabou
em 30 de Junho de 1827,[1] e daria
lugar à Taberna Ingleza. Esta daria depois lugar ao Café Price. Em 1880 no Novo
Guia do Viajante era referido: “Fornece almoços e mesmo jantares à inglesa;
é notável pelos seus bifes, e muito frequentada por estrangeiros e marítimos”.[2]
O pequeno almanaque incluía um calendário com os meses e identificação dos santos por dias; uma pequena história intitulada “Um bom conselho”, em que aproveitava par realçara a qualidade da sua comida; provérbios relacionados com a alimentação e terminava com uma poesia-oração “A devoção do Barqueiro”.
Como diziam no
início, a oferta do Almanaque era uma prova de reconhecimento às pessoas que, “com
a sua visita tem honrado a Taberna Ingleza".
segunda-feira, 1 de abril de 2024
Convite: Apresentação do livro "Receitas Particulares e Curiosas no MNMC
Trata-se de registos da primeira metade do século XIX da região Norte, onde a família viveu e que inclui as cidades do Porto, Vila Nova de Gaia, Viana do Castelo e Ponte de Lima.
Para quem puder e quiser ir, lá os aguardo.
sábado, 30 de março de 2024
Luís de Sttau Monteiro nos "Sabores da Escrita", em Coimbra
Para comemorar
o 25 de Abril, num jantar como as características dos “Sabores da Escrita” quem
melhor do que relembrar a figura de Luís de Sttau Monteiro.
Aliando as
características de um gastrónomo às de um defensor da liberdade da escrita, farei
uma pequena apresentação da sua actividade, na Escola Hoteleira em Coimbra.
quarta-feira, 27 de março de 2024
Objecto mistério Nº 66. Resposta: Suporte de cálices de licor
Quando me chegou às mãos desconhecia para que servia. A sua forma longilínea, com uma barra central articulada com reentrâncias circulares, fez-me crer que se destinava a colocar cálices. Experimentei e ficou quase perfeito. Na realidade as hastes dos cálices deviam ser um pouco mais baixas e a campânula ligeiramente mais pequena. Mas o fim era este: transportar em segurança seis pequenos cálices.
De estética Art
Deco, tem na base uma das marcas da WMF. Esta importante fábrica alemã foi
fundada em 1853 por Daniel Straub, juntamente com os irmãos Schweizer, com o
nome Straub & Schweizer. Em 1880, a empresa fundiu-se com a
Metallwarenfabrik Ritter & Co. para formar a sociedade anónima
Württembergische Metallwarenfabrik (WMF), com sede em Geislingen.
Marca tirada do site de David N. Nikogosyan |
O G que
surge abaixo da marca refere-se na realidade a essa cidade. A partir de 1925 os
produtos ficaram mais artísticos graças à criação de um Departamento de
Produtos Decorativos Contemporâneos (NKA). Criado sob a direção de Hugo Debach tinha
o objectivo de consolidar o nome WMF entre os consumidores interessados em arte
e design. Na fábrica que ainda hoje existe trabalharam nomes conhecidos de que
saliento o nome de Peter Behrens, entre outros.
O estudo das
marcas é complexo e consultei o trabalho do alemão David N. Nikogosyan. Coleccionador
de peças WMF guiou-me pelas inúmeras marcas e permitiu-me concluir que a peça é
de 1909-1920, apesar de existirem imensas variantes que a poderão colocar em
1925. De qualquer modo uma peça moderníssima para a época.
segunda-feira, 25 de março de 2024
Objecto Mistério Nº 66. Pergunta.
Este objecto em metal tem cerca de 45 cm de comprimento por 6 cm de largura.
Para que servia e como se designava?
quarta-feira, 20 de março de 2024
Apresentação em Coimbra
Para quem vive na zona e se interesse por este tema, fica um aviso prévio da apresentação do livro "Receitas particulares e Curiosas".
segunda-feira, 11 de março de 2024
A cozinheira da República
Cruzou-se com o
tenente Brandão, na casa de quem havia trabalhado, que ao vê-la disse para Machado
Santos: “Já temos cozinheira”. António Machado Santos foi considerado um herói da
Rotunda e um pai da República., tendo tido uma vida atribulada, com altos e
baixos até ao seu assassinato na Noite sangrenta de 19 de Outubro de
1921.
Aos olhos de Júlia
Santos ele era já um herói. Descrevia-o como estando sempre em movimento, a dar
ordens aos homens que dirigia. Quando chegou ao local dirigiu-se a todas as
barracas de “comes e bebes” e mandou despejar os barris de vinho no chão e
partir as garrafas de bebidas. Explicou que não queria que o pessoal se embebedasse.
O jornalista comentou então que teria tido grande prejuízo. A resposta foi: “Não,
pagaram tudo”.
Acrescentou
ainda que, depois que acabou a revolução, Machado Santos disse-lhe: “Fica encarregada
de distribuir pelos pobres todos os géneros que ali estão”. Assim fez e, esse
bodo aos pobres, passados todos aqueles anos, ainda lhe trazia recordações felizes.
Na altura da
entrevista vivia na “Villa Fernando”, na Rua Possidónio da Silva, rodeada pelos
netos e com o marido paralítico, agradecia agora que se lembrassem dela.
As fotos, da
autoria de Ferreira da Cunha, ilustravam o artigo.
segunda-feira, 4 de março de 2024
Museu Virtual: Conjunto para refresco.
Nome do Objecto:
Serviço para refresco em vidro.
Descrição: Conjunto de 6 copos de vidro altos, para refresco e de 6 copos pequenos (Shot), com balde de gelo central. Assentam numa estrutura metálica e tem uma pequena pega para transporte.
Época: Década de
1960.
Notas:
Conjunto
produzido pela Jeannette Glass Company, fábrica com início em 1898 e que anteriormente
era a Jeannette Bottle Works que começou a produção no final da década de 1880,
em Jeannette, Pensilvânia, USA. Ficou conhecida pela produção de vidros
conhecidos por “Depression” (fabricados no período da Depressão) em cores que variavam
do tradicional rosa, verde e transparente a uma cor azul-esverdeada mais
incomum, chamada ultramarino.
Na década de 1960 produziram peças de vidro semelhantes ao estilo inglês Wedgwood Jasperware. Os mais divulgados foram os decorados com cenas de indivíduos vestindo toga e um cavalo e uma carruagem em cor branca sobre painéis verdes, ou azuis, com um a banda grega e desenhos de folhas de palmeira. Terminam muitas vezes com um filete dourado. Em 1970, o nome da empresa mudou para Jeannette Corporation, tendo a fábrica encerrado em 1983.
sábado, 17 de fevereiro de 2024
Convite: apresentação do livro “Receitas particulares e curiosas” em Guimarães
Para quem tiver disponibilidade e esteja por perto aqui fica o convite para passar um agradável dia em Guimarães, a ver e a falar de flores e frutos outrora exóticos, e hoje tão abundantes na região. Pelo meio, vou apresentar o meu último livro incidindo na análise dos citrinos aí referidos. Apareçam!
CONVITE
Por vezes, os
Deuses ajudam e tornam possível congregar, num único sábado, dia 24 de Fevereiro,
actividades relacionadas com flores e frutos, num Paço dos Duques rodeado
de 39 hectares de zona verde!
SÁBADO, DIA 24 DE
FEVEREIRO, PAÇO DOS DUQUES
Horário |
Evento |
10h00-18h00 |
Exposição
de camélias de Guimarães, no pátio do Paço dos Duque. Organizado
pela Câmara Municipal de Guimarães. |
11h00 |
Apresentação
do livro «Receitas particulares e curiosas: Manuscritos do século XIX da
família Coelho Villasboas», de Ana Marques Pereira e Álvaro Teixeira de
Queiroz |
15h00 |
Assinatura
de protocolo de depósito da palmilha do sapato de D. Constança de Noronha
(séc. XV) entre
a Venerável Ordem Terceira de S. Francisco de Guimarães e a Museus e Monumentos de Portugal E.P.E. |
16h00 |
Lançamento
do livro «A flora nas coleções do Paço dos Duques de Bragança», de Sasha
Lima, editado pela Associação de Amigos do Paço dos Duques de Bragança e Castelo de Guimarães. |
17h30 |
Inauguração
da exposição de arte contemporânea «Impressions of camellia and lemon /
Impressões de camélia e limão», de Isabel Pavão |
18h30 |
Lançamento
do catálogo da exposição «Impressions of camellia and lemon / Impressões
de camélia e limão»,
de Isabel Pavão |
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
domingo, 4 de fevereiro de 2024
Revista Scaena. “À mesa no Teatro Romano”
Com este título “À mesa no Teatro Romano”, em 2021 e 2022, teve lugar um ciclo de palestras no Museu do Tetro Romano, em Lisboa. Com um leque grande de palestrantes e uma temática variada, em plena pandemia, as pessoas assistiram às conferências por via zoom ou pessoalmente.Foi uma aposta conseguida que teve grande sucesso e culminou agora na apresentação da revista Scaena Nº V, dedicada a este tema.
Tive o prazer
de participar e mostro aqui um bocado do texto sobre “A encenação da Mesa”.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
O gosto pelos citrinos
Os sabores
agridoces tornaram-se o símbolo da cozinha aristocrática medieval, presentes
nas principais obras de culinária da época.
Os molhos eram
preparados com um líquido de sabor ácido (vinagre, agraço, vinho, etc.) aos
quais se adicionavam elementos aromáticos, “gengibre, canela, cravo-de-cabeça,
pimentão, macis, açafrão, noz-moscada, plantas aromáticas, e açúcar ou mel,
considerados na época como especiarias”.
Frontispício do livro Hesperides, 1780 |
Le Viandier. Taillevent |
Os Medici tiveram uma verdadeira paixão pelos
limões que começou no início do século XV com Cosimo de Medici que plantou
citrinos em grandes vasos e continuou com Francesco I de Medici (1541 – 1587).
Na sua Villa, perto de Florença, criou uma limonaia, isto é, uma estufa
com citrinos.
Bartolomeo Bimbi. Citrinos dos Medici. |
Hesperides. 1708. Laranja de Portugal |
Jean Davidsz de Heem, séc. XVII |
Frontispício do livro de Ferrari, 1646
A sua estética com laços coloridos onde se
podiam ler os nomes dos locais de origem dos citrinos foi influenciada por um
livro anterior de Giovanni
Baptista Ferrari publicado em 1646 e igualmente chamado Hesperides sive de
Malorum Aureorum Cultura et Usu Libri Quatuor. Falando sobre citrinos
defendeu o uso de orangeries, para protecção dos frutos nas zonas frias,
tal como nas zonas mais quentes.
Estufa. Livro de Ferrari, 1646. |
Na realidade estas estufas serviam de abrigo às várias árvores citricas que, colocadas em grandes vasos, entravam e saíam de acordo com as estações, como ainda hoje acontece nalguns palácios históricos.
Aqui ficam as belas imagens e voltarei ao tema para
explicar porque o escolhi.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
Calembur ou o “sempre a aprender”
Descobri um artigo engraçado num Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro de 1866. Intitulado “Calambur “descreve uma loja da época, existente na Rua Nova do Carmo, de que não chegamos a saber o nome e que, pelos vistos, vendia candeeiros e lustres.
É interessante porque
ainda ontem me tinha cruzado com uma outra palavra de origem francesa, muito
usada no século XIX, a tournure, que desapareceu tal com a própria peça.
Um calembur ou
calemburgo é um jogo de palavras, um trocadilho que, sendo diferentes na
significação, são semelhantes no som, dando lugar a equívocos. Teve origem em
França, sendo a palavra calembour usada, segundo alguns, desde a
época de Luís XV.
Durante o
século XIX e ainda durante o início do século XX este tipo de trocadilhos esteve
muito em voga, tanto em Portugal como no Brasil. Um artigo publicado na brasileira Revista
da Semana, de Janeiro de 1929, intitulado “Os Calemburgos” identificava
vários especialistas no tema, fazia uma pequena história do uso da palavra e
dava vários exemplos deste tipo de trocadilhos.
Aqui chegados,
vejamos com atenção o texto e a imagem e deve dizer que, pela primeira vez, me concilio
com o humor oitocentista, de que não sou grande fã.