Este livro infantil faz
parte da colecção Manecas, o texto é de Henrique Marques Júnior (1881-1953) e os
desenhos são da autoria do ilustrador José Félix (1908-1962). Foi publicado pela Romano Torres em 1939 e
novamente em 1947.
O nome de Henrique Marques
Júnior surge na Biblioteca Nacional em 226 registos, mas a grande maioria são
traduções e adaptações. É possível que também este texto tenha sido uma
adaptação dada a prevalência de nomes italianos das personagens. O pai do nosso
herói, Cesaro, era o duque de San Severo que havia sido favorito do rei de
Nápoles e sua irmã chamava-se Teresina.
A narrativa é muito
interessante e mostra-nos Cesaro a sair de Itália para tentar ter êxito na vida
a fim de evitar a entrada de sua irmã num convento, uma vez que após a morte de
seu pai, em desgraça na corte, ficaram sem dinheiro.
A chegada a uma ilha diferente
em que todos são cozinheiros e a própria rainha se chamava Marmita e se
encontrava rodeada por uma corte com nomes de comestíveis e em que a moeda
corrente eram filhós de ouro, introduz-nos num mundo mágico.
Ao apresentar-se à rainha,
de forma adequada, não diz ter vindo de Nápoles mas da «Cidade do Macarrão». Esta
afirmação levará a rainha que desconhece a massa a pedir-lhe para a executar.
Após grandes esforços consegue finalmente fazer um macarrão tão bom que a
rainha o recompensa enchendo de presentes (filhós de ouro, preciosos tecidos e
raros frutos) uma caravela para Cesaro poder partir com os seus acompanhantes.
O
nosso herói regressa rico a Nápoles, o que lhe permite adquirir o antigo
palácio de seu pai, que oferece a sua irmã, juntamente com um dote para casar
com o seu apaixonado.
Para si, que entretanto
conseguira os mais elevados cargos, construiu um
novo palácio a que deu o nome de «Palazzo Marmitoni» (Palácio dos Cozinheiros).
Uma história de encantar do
tempo em que ainda havia cozinheiros. Hoje são todos chefes e deve ser por isso
que se perdeu a magia e já não existem ilhas como esta.
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