terça-feira, 26 de julho de 2022

O mistério da Agenda Doméstica sem capa

 

Muitas das agendas domésticas antigas, mantém-se em branco, ou apenas com as primeiras páginas com registos, traduzindo uma vontade de organização que não se chegou a concretizar.

Apesar de serem interessante por si só, quer pelo grafismo, quer pelos conselhos dispersos ao longo das páginas, ou ainda pelas receitas que apresentam, são os apontamentos nelas registados que mais me entusiasmam.

Mas hoje o assunto é outro. Chamou-me à atenção a ausência de revestimento. Interroguei-me porque razão teriam arrancado a capa. Trata-se aqui da “Agenda Doméstica de 1976”, publicada pela Porto Editora e que tinha muitos apreciadores. A autoria era atribuída a Maria Raquel, um nome inventado e que, segundo os editores tanto o título como o pseudónimo «estavam legalmente registados».

Quando procurei identificar qual seria a capa daquele ano deparei-me com um livro de Francisco Seixas da Costa, intitulado Cidade Imaginária. Publicado em 2021 em Vila Real, é uma compilação de vários textos seus e entre eles, um intitulado “Agenda Doméstica”, escrito em 2013.

O autor, recordando tempos da sua infância analisava a preferência, em sua casa, pela edição da Porto Editora, em detrimento das outras da época, como a Agenda do Lar ou a editada pelo O Século. E embora esta se destinasse à sua mãe, como era habitual, mal chegava a casa era tomada pelas mãos do pai e do avó materno. Como resultado «o volume brochado era acaparado imediatamente após a compra» pelos elementos masculinos da casa. A razão para este procedimento impróprio, que não cedia aos protestos femininos, era apoderarem-se dos «12 problemas de palavras-cruzadas que a Agenda trazia».

Estes, não só eram dos mais difíceis que eram publicados em Portugal, como depois de resolvidos os problemas eram enviadas as soluções para a Editora que retribuía os esforçados charadistas com presentes como livros de culinária, dicionários, etc.


Afinal existia uma razão para este achado da “Agenda sem capa”.

 

terça-feira, 19 de julho de 2022

Das coisas simples – 01

 Quando se escreve num blogue com um nome como Garfadas online somos levados a pensar que devia escrever apenas sobre temática gastronómica.

Ao longo do tempo têm-me surgido outros assuntos sobre os quais me apetece falar e fui abrindo algumas rubricas. Embora o “Objecto mistério” seja o que desperta mais interesse, outras, como o “Museu virtual” permite-me ir mostrando algumas das peças interessantes que fazem parte da minha colecção e que, na impossibilidade material de fazer um museu real, vou mostrando.

Hoje, a propósito de um velho papel dobrado e rasgado, achei que devia abrir uma nova rubrica a que chamei “Das coisas simples”. Dou-lhe o nº 1 porque espero vir a falar sobre outros achados, igualmente sem importância, mas que, com o tempo, se revelam tão significativos.

A folha, dobrada em 12 partes, estava rasgada e em mau estado, pelo que tive primeiro que a restaurar. Devia conter no interior uma moeda, ou duas digamos. Não havia espaço para mais. O pai escreveu por fora o nome do filho: Raul. Identificado este orgulhosamente acrescentou: «O primeiro dinheiro que ganhou o meu filho Raul a dar conselhos. Dezembro de 1907. Bragança».

 Quem seria esta família? Que conselhos eram estes que rendiam dinheiro? Nada posso acrescentar. O resto fica a cargo da nossa imaginação.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Museu virtual: Taça doceira

Nome do Objecto: Taça doceira.

Descrição: Taça em vidro azul incorporada numa estrutura em metal recortado com desenho floral. Assente numa base com quatro pés que reproduzem ramos de flores.

Material: vidro e metal com banho de prata.

Época: final do século XIX.

Marcas: não tem.

Origem: adquirido no mercado português.

Grupo a que pertence: equipamento culinário.

Função Geral: equipamento para serviço ou consumo de alimentos.

Função Específica: apresentar doces à mesa.

 Nº inventário: 4604

 Objectos semelhantes: Não classificados.