O meu amigo Helmut antes de partir para a Alemanha, para passar o Natal, veio trazer-me umas caixinhas de um bolo típico alemão, chamado «Lebkuchen».
Abrevio a história do Lebkuchen, que data da Idade Média.
Inicialmente um doce conventual, passou a doce comercial constando a sua produção em regimes de ofícios no século XVII. Mas os primeiros registos deste tipo de doce são muito anteriores, variáveis com as cidades, normalmente situadas em rotas de especiarias.
O primeiro registo deste tipo de bolo de Nuremberga data de 1395. Refiro este porque é precisamente do tipo Nuremberga o bolo que lhes apresento. São uns bolos achatados, feitos com farinha, açúcar e ovos, com muitas especiarias como anis, canela, cardamomo, coentros, cravo, gengibre, noz-moscada, pimenta, a que se junta mel e nozes, avelãs ou amêndoas. São decorados com laranja ou limão cristalizados e cobertos com um glacé ligeiro.
A marca aqui apresentada Haeberlein-Metzger vai buscar as suas origens a um confeiteiro de pão de gengibre (lebkuchen), de nome Junkman, que iniciou a sua produção em 1492. Em 1864 Heinrich Haeberlein comprou a padaria e industrializou-a. Quanto a Metzger era já mencionado em 1586. Em 1920 associou-se à empresa Haeberlein. Ambas foram compradas em 1999 por Lambertz GmbH & Co KG, uma empresa de Aachen. Para quem já não se lembra, Aachen é aquela cidade que aprendemos no liceu, que se chamava Aix-la- Chapelle.
Agora que a história se complicou com estas aquisições, tão habituais nos tempos que correm, deixo-vos neste final de Natal, com mais um doce típico desta época. Devem ter todos ainda as mesas cheias com o resto de doces que se fazem, e se consomem, em excesso, nesta época. Ao menos este, como é um bolo virtual, não lhes faz mal.