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sexta-feira, 21 de junho de 2024

As Festas Populares vistas por Bernardo Marques

Aproxima-se o São João, santo adoptado pelas gentes do Norte. Lisboa já festejou o seu principal dia, dedicado a Santo António, mas os arraiais mantém-se até ao final de Junho. 
Pelo país festejam-se ainda estes santos populares, com feiras, romarias e festas.
Para lembrar estas efemérides aqui ficam os desenhos delicados, de traço ligeiro, de Bernardo Marques. 
Não há como não gostar.

sábado, 11 de junho de 2022

As marchas populares, em papel

 

Na continuação da anterior publicação, ao organizar folhas para recortar de revistas antigas, deparei-me com estas, tão adequadas à época festiva em que nos encontramos.

 Os desenhos são da autoria de José Manuel Soares que nasceu a 7 de Setembro de 1932, em São Teotónio, no concelho de Odemira, e faleceu em 2017, na Costa da Caparica onde então vivia.

Começou precocemente a interessar-se por desenhos e pintura e aos 16 anos já estava em Lisboa onde começou no desenho publicitário

Foi ilustrador de imensos manuais escolares, de revistas e jornais. Nos desenhos, tal como na pintura, evidenciou um gosto historicista em que ilustrava monumentos nacionais, acontecimentos e figuras históricas.

Podemos encontra ilustrações suas em várias revistas como O Diabrete, mas fez também histórias aos quadradinhos no Norte Infantil, do Jornal do Norte e em várias outras como no Cavaleiro Andante; Lusitas; Mundo de Aventuras; Fagulha, Spar, etc.

Trabalhou ainda para outras publicações como Cara Alegre, Os Ridículos, O Pimpão, Jornal do Exército, na Colecção Manecas e capas para vários livros como os da Colecção Tigre, Salgari, etc.

Dito isto, dá para perceber, que era uma daquelas pessoas em que o desenho sai fácil e constante do seu lápis.

Tem hoje um Museu em Pinhel, com o seu nome próprio, que aguardo ansiosamente um dia visitar.

Ficam as imagens das marchas, que será o mais perto, que vou estar destas festas populares, nuns festejos em que todos actuam como se a pandemia tivesse acabado e em que se prevêem 350.000 infectados apenas neste período. Espero não lhes ter estragado a festa!

domingo, 10 de junho de 2018

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O cardo nos Santos Populares

O uso do cardo, ou alcachofra brava, foi uma das práticas que mais se perdeu nos Santos Populares. A tradição dizia que se devia queimar na fogueira a parte florida do cardo que posteriormente era colocado num vaso. Quando este floria novamente era sinal de que o amor era correspondido, provocando uma alegria serena e antevendo na imaginação da jovem a possibilidade de um casamento futuro. 


Nesta capa do livro «Poeira das Cantigas» de 1939, escrito por José Castelo e ilustrado por Mário Costa (1902-1975) representam-se as festas populares com danças à volta da fogueira e, em primeiro plano, o vaso com o manjerico onde desponta o cravo e o cardo.
Hoje resta-nos o manjerico com os cravos com quadras de amor!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

domingo, 28 de junho de 2015

As festa populares no «Poema de Lisboa»

Augusto de Santa-Rita, nasceu em Lisboa em 1888 e aqui faleceu em 1956.
O livro «O Poema de Lisboa», edição da Câmara Municipal de Lisboa, é a sua última obra, publicada no ano da sua morte. Nele surge esta imagem que retrata as festas populares de Lisboa, com uma cena colorida e alegre que nos transporta para os bairros antigos da cidade.
Terminava com um livro para adultos, quem tanto colaborou, com sucesso, nos projectos de educação infantil propostos pelo Estado Novo.
Em 1920 publicou «O Mundo dos Meus Bonitos» com  ilustrações de Cotinelli Telmo. Em 1925 entrou para o jornal O Século, para director do suplemento infantil, Pim-Pam-Pum, que teve publicação semanal durante os 15 anos que se seguiram. Para além do pequeno jornal surgiu uma colecção de livros infantis intitulados  Biblioteca Pim-Pam-Pum, em que o próprio colaborou.

Refiro apenas o P Á-T Á-P Á, publicado em 1928, livro de poesias infantis, com ilustrações de Eduardo Malta e o CÓ-CÓ-RÓ-CÓ, igualmente ilustrado por Eduardo Malta, dois livros belíssimos.

A estes seus interesses não seria alheia a amizade com Fernanda de Castro, cuja casa frequentava com outros autores e artistas da época.
Ao livro CÓ-CÓ-RÓ-CÓ, agora em exposição no Centro de Artes Culinárias, voltarei um dia.
Hoje ficamos pelo mundo dos crescidos com os dias de festas populares que se prolongam nos próximos dias.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Olhares sobre os Santos Populares

Consoante as épocas olha-se para as coisas de forma diferente e cada um tem a sua interpretação. Neste pequeno poste percorremos o tema das festas populares através dos olhos de alguns autores, a que tive a ousadia de acresentar a minha visão.
Começo com o desenho de Tom (Thomaz de Mello, 1906-1990) para a capa da revista Magazine Bertrand, publicada em Junho de 1931, que representa duas figuras populares, coloridas e risonhas a caminho da festa.
Mais comedido, mas igualmente colorido, é o desenho de capa de um catálogo para a revista «Lisboa em Festa», que teve lugar no Teatro ABC, em 1958. Está assinado Garcia e foi feito na Belarte.
Por último, a minha visão preguiçosa das festas populares, um arranjo para o centro da mesa, para evocar a época.

terça-feira, 12 de junho de 2012

As festas da cidade de Lisboa em 1935

Em vésperas do dia de Santo António mostro-lhes o ambicioso plano das Festas da Cidade de Lisboa durante os santos populares, em 1935, divulgado amplamente pelo Diário de Notícias.

As festas começaram no dia 7 de junho com uma feira no Terreiro do Paço e no dia 8 houve um torneio medieval nos claustros do conventos dos Jerónimos.
O torneio foi idealizado por Leitão de Barros, o realizador das Pupilas do Senhor Reitor e dele fizeram parte «gentis grupos de senhoras da sociedade, artistas do teatro português e cavaleiros».
A descrição do torneio «O magriço e os doze de Inglaterra», em que os 12 cavaleiros portugueses defenderam as damas inglesas ofendidas, numa obediência ao código da cavalaria, foi feita por Rocha Martins.
Foi sensacional a chegada das gentis meninas que fizeram de damas da corte de D. João I e que foram vestidas com trajos da época pela Casa Garnier, de Paris, tendo toda esta figuração ficado a cargo da Revista Eva.
À tarde os membros do Corpo Diplomático visitaram os bairros de Lisboa Antiga sendo recebidos, entre outros, por Gustavo de Matos Sequeira.
Houve também um concurso de montras em que a Antiga Casa José Alexandre, situada na rua Garrett, expôs jarras com desenhos alegóricos às marchas, com quadras, da autoria de Leopoldo Battistini.
No dia 9 de junho realizaram-se as marchas populares, com início às 22 horas no Terreiro do Paço. Na origem destas esteve um costume antigo. Depois das festas de Santo António e S. João ia-se à fonte ou ao chafariz lavar a cara. Isso fazia-se em marcha, dois a dois, em pares de namorados, ou, às vezes pais e filhos, indo estes atrás. Foi, segundo o articulista, a génese das marchas nos séculos XVII e XVIII.
Aqui fica um pequeno resumo das festas da cidade de Lisboa, em 1935. Só têm que as comparar com as de hoje.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O trono de Santo António

Na minha adolescência, antes de vir viver para Lisboa, ouvia falar das festas populares e a descrição encantava-me. Parecia-me muito divertido que bandos de jovens percorressem os bairros antigos, vestidos de cores garridas e se divertissem nos arraiais.

No primeiro ano que cheguei a Lisboa lembro-me de ter posto pelas costas um xaile branco com flores e de ter ido com um grupo de amigos percorrer as ruas.
Havia música e esplanadas em todos os larguinhos de Alfama, onde as pessoas se sentavam em bancos de madeira, à volta de mesas, para comer sardinhas e saladas com pimentos assados nos fogareiros. Bebia-se sangria, mas não me lembro de grandes bebedeiras como se vêem hoje.
Nos anos seguintes as ruas ficaram cada vez mais cheias e os grupos acotovelavam-se, perdidos rua-abaixo rua-acima à procura de qualquer coisa que não acontecia.
Foi uma grande decepção para mim e desisti dos festejos dos santos populares.


Mas a ideia do trono de Santo António, que me lembro de ver nalguns bairros ficou-me na memória. Antigamente os miúdos pediam “cinco-réisinhos” que depois passou a “um tostãozinho para o Santo António”. No filme Pátio das Cantigas, de 1942, ficou imortalizada esta tradição.
Com tronos mais ou menos elaborados, alguns apenas feitos com caixas de sapatos em cartão, os miúdos pediam dinheiro. Com o passar do tempo e o sentido prático que caracteriza esta sociedade, desde há algum tempo já surgem crianças a pedir o “tostãozinho”, sem sequer saberem que existem tronos.
Desde há vários anos que tinha vontade de fazer um trono de Santo António.
O Santo António já eu tinha, mas faltava-me o escadório que cheguei a encomendar a um marceneiro, para depois o pintar. Nunca foi feito.
O ano passado comprei uma presépio de Estremoz antigo . Este ano o escadório em barro serviu-me de base para o pequeno altar.

Ficou um misto de trono, nome porque é conhecido o altar em Lisboa e de cascata, designação pela qual o mesmo é designado no Porto, destinando-se aqui ao S. João.

Segundo Helder Pacheco (1) as cascatas do Porto, que surgiram no século XIX, sendo portanto mais recentes que o trono de Santo António, derivam dos presépios. Nelas a sagrada família e os reis magos desapareciam, ficando as restantes figuras e incluía-se o S. João.

A minha adaptação com escadório e a figura central do santo popular de Lisboa ficou muito satisfatória.
Faltam-me as velas nos candelabros e os pequenos vasos de manjerico que ainda não comprei.

Como vou estar ausente deixo-lhes já o meu Santo António, com votos de felizes Santos Populares.

(1)Anabela Couto e Hugo Manuel Correia, JPN – Jornalismo Porto Net, 23-6-2005