A década de 1950 foi próspera em folhetos publicitários de produtos alimentares que usavam as receitas culinárias para difundir o conhecimento dos mesmos.
Aconteceu com vários marcas estrangeiras
como a Royal ou a farinha Maizena, mas também com as nacionais. É o caso destes
dois folhetos, de 1954 e 1955, feitos pela Fábrica Portuguesa de Fermentos
Holandeses, Lda.
Inaugurada em 1933 com pompa a
Fábrica de Fermentos Holandeses,
perto da praia da Cruz Quebrada, Oeiras, produzia levedura destinada ao fabrico
de pão e pastelaria. Esta levedura era obtida a partir do melaço de
cana-de-açúcar de Angola, onde também existia uma outra fábrica, em Luanda.
Associada a esta encontrava-se a Sociedade
de Produtos de Leveduras Selecionadas[1],
de Matosinhos.
A fábrica representava em Portugal a empresa de Delft, Nederlandsche Gist & Spiritus Fabriek (Real Fábrica Holandesa de Fermento e Álcool), fundada em 1874.
Na realidade foram os
holandeses que no final do século XVIII identificaram dois tipos de fermento e
começaram a comercializá-los. Feito com as mesmas leveduras da cerveja, era
inicialmente vendido em forma de creme, mas a partir de 1825 passou a ser-lhe
feita a extracção da água, sendo comercializado em blocos sólidos. Utilizando o
«processo holandês», isto é, usando o fermento feito pelos cervejeiros, o
método espalhou-se depois pela Alemanha, França e restante Europa.
Para além destes folhetos a
empresa publicava também um jornal chamado O
Fermento, e embora os produtos se destinassem principalmente à indústria da
panificação e pastelaria, estes folhetos divulgavam o fermento através de
receitas também às donas-de-casa.
Uma Boa Páscoa a todos.
[1] Que a
partir de 1966 teve um papel importante na produção em Portugal de Penicilina e
Estreptomicina.
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