O sentido de humor é extremamente variável de pessoa para pessoa mas, o que é mais espantoso, é que apresenta características próprias, ao longo das várias épocas. Quando leio as anedotas em almanaques ou outras colectâneas do século XIX, não acho graça nenhuma e parecem-me sempre muito infantis.
Na primeira metade do século
XX surgiu em Portugal um tipo de literatura humorística, publicada em jornais e em livros, que seguia quase uma escola, no que respitava à temática. Conhecemos hoje pouco esses livros e ainda menos os
seus autores. Na linha de Gervásio Lobato (1850-1895) surgiram nomes como
Armando Ferreira (1893-1968), André Francisco Brun (1881-1926) e também Raúl da
Costa entre outros.
Seria Armando Ferreira quem iria
fazer o prefácio do 1º livro de Raul da Costa Coisas Que Não Lembram ao Diabo: Páginas Humoristicas, publicado em
1932.
Os dois livros de Raul da
Costa aqui apresentados Sopa de Letras
e Folar de Alegria foram publicados
em 1942. O primeiro título tem ilustração da capa de Francisco Valença e o
segundo de Stuart de Carvalhais. Ambos foram também os responsáveis pelos
desenhos das capas dos outros autores humorísticos referidos. Francisco Valença
ilustrou várias obras de Armando Ferreira entre as quais a célebre Barata Loira e Stuart, na sua extensa
obra gráfica, iria também ilustrar a capa do livro Beco
do Alegrete, por
exemplo, publicado em 1959.
Se a biografia dos restantes autores de humor em Portugal, nesta época é mais ou menos conhecida, já a de Raúl da Costa, permanece um mistério. Sabemos apenas que foi autor de revista e fez parte da redacção da Parada da Paródia, revista publicada pelo programa Parodiantes de Lisboa.
Por coincidência ambas as ilustrações têm a ver com “comes” e são irresistíveis, justificando aqui o seu lugar.
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