Os doces de batata são muito antigos. Encontramos menção em receitas do século XVIII, mas provavelmente já seriam feitos antes.
Francisco Borges Henriques, em
1715, escrevia no seu registo de Receitas
dos melhores doces e de alguns guisados particulares e remédios de conhecida
experiência que fez Francisco Borges Henriques para o uso de sua
Casa, uma receita de Batatada. As batatas eram cozidas e depois esmagadas e
«e a cada arrátel de massa dois de açúcar e o porão em ponto de bola bem branco
e o tirarão do lume … e a meio do cozer lhe poderão deitar a amêndoa muito bem
pisada». Não explicava contudo qual o tipo de batata utilizada.
Quanto a Lucas Rigaud, em
1780, no Cozinheiro Moderno explicava
que «as batatas depois de cozidas em água e peladas comem-se com molho de
manteiga e mostarda, mas as batatas das Ilhas servem comumente para doce de
diferentes qualidades».
Esta diferença entre a Batata
comum (Solanum Tuberosum) e a Batata-doce
(Ipomeia Batatas), conhecida mais precocemente
e também designada como Batata da Ilha, mostra-nos um modo diferente de
confecção. Mas no que respeita à Batatada esta pode ser feita com qualquer tipo
de batata.
Aprendi a fazer Batatada na minha adolescência num curso que fiz na Casa de Santa Zita da Covilhã, onde davam aulas de culinária. Na receita que me ensinaram a batata doce eram feita em fios, e não esmagada como se encontra mais frequentemente. Os fios são cozidos em ponto de espadana e só no final se juntam as gemas.
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