Chegou-me hoje às mãos o livro «Arte de Bem Comer», de Curnonsky.
Fiquei radiante porque não tinha a edição original, nem a versão portuguesa. Mais contente fiquei quando descobri a história e a origem do livro.
A obra é a tradução do título «À l' Infortune du Pot» de Curnonsky e foi publicada pela Editorial Minerva, em 1950.
Foi seu tradutor, que também escreveu a introdução, com uma «Carta a Curnonsky», Alfredo de Moraes (1886-1958).
O gosto pela Gastronomia de Alfredo de Moraes estava-lhe no sangue. Herdara-o de seu pai o célebre Faustino que deixou o seu nome ligado a um dos famosos bifes lisboetas. O pai fora cozinheiro num café que se situava na esquina da Calçada da Glória, no local onde viria a surgir o Café Palladium.
Ele próprio terá participado na criação do «Coq d’Or», restaurante situado na Rua Serpa Pinto, e publicitado em 1930 no “Notícias Ilustrado”, e no «Majestic Club». Este último localizava-se onde hoje é a Casa do Alentejo, nas Portas de Santo Antão, em Lisboa. O edifício pertenceu à família Paes do Amaral e foi um dos primeiros clubes de Lisboa, com salas de jogo e dancing. Para isso o edifício sofreu obras, entre as quais se destaca o pátio interior, de influência árabe, concebido pelo Arquitecto Silva Júnior. Foto de Curnonsky
Alfredo de Moraes escreveu no jornal «O Cronista» (1954-1958), sob a direcção de Alberto Xavier, uma coluna na área da Gastronomia.
O seu gosto pelo tema devia ser bem conhecido e seria ele que esteve na origem desta tradução.
Este livro tem uma extensa dedicatória, que é também um agradecimento, ao Arquitecto António Varela, arquitecto do Movimento Moderno e autor, juntamente com Jorge Segurado do projecto da Casa da Moeda (1934), entre outros. Foi também a ele que se deveu o projecto da casa da rua de Alcolena nº28/44 (1951-1955), no Restelo, em que a fachada apresentava um mural de azulejos de Almada Negreiros e cujo projecto de destruição tanta celeuma levantou nos jornais, nos últimos tempos.
Pela dedicatória depreende-se que António Varela, trouxe de França, e ofereceu a Alfredo de Moraes, o livro em francês de Curnonsky, À l' Infortune du Pot, a que este último se refere como «Tratado».
Foi com base nesse original que foi feita a tradução da obra do alcunhado «príncipe eleito dos gastrónomos franceses», o que justifica a dedicatória, que é, ao mesmo tempo, uma prova de agradecimento pela acto e de admiração pela sua arte.
Fiquei radiante porque não tinha a edição original, nem a versão portuguesa. Mais contente fiquei quando descobri a história e a origem do livro.
A obra é a tradução do título «À l' Infortune du Pot» de Curnonsky e foi publicada pela Editorial Minerva, em 1950.
Foi seu tradutor, que também escreveu a introdução, com uma «Carta a Curnonsky», Alfredo de Moraes (1886-1958).
O gosto pela Gastronomia de Alfredo de Moraes estava-lhe no sangue. Herdara-o de seu pai o célebre Faustino que deixou o seu nome ligado a um dos famosos bifes lisboetas. O pai fora cozinheiro num café que se situava na esquina da Calçada da Glória, no local onde viria a surgir o Café Palladium.
Ele próprio terá participado na criação do «Coq d’Or», restaurante situado na Rua Serpa Pinto, e publicitado em 1930 no “Notícias Ilustrado”, e no «Majestic Club». Este último localizava-se onde hoje é a Casa do Alentejo, nas Portas de Santo Antão, em Lisboa. O edifício pertenceu à família Paes do Amaral e foi um dos primeiros clubes de Lisboa, com salas de jogo e dancing. Para isso o edifício sofreu obras, entre as quais se destaca o pátio interior, de influência árabe, concebido pelo Arquitecto Silva Júnior. Foto de Curnonsky
Alfredo de Moraes escreveu no jornal «O Cronista» (1954-1958), sob a direcção de Alberto Xavier, uma coluna na área da Gastronomia.
O seu gosto pelo tema devia ser bem conhecido e seria ele que esteve na origem desta tradução.
Este livro tem uma extensa dedicatória, que é também um agradecimento, ao Arquitecto António Varela, arquitecto do Movimento Moderno e autor, juntamente com Jorge Segurado do projecto da Casa da Moeda (1934), entre outros. Foi também a ele que se deveu o projecto da casa da rua de Alcolena nº28/44 (1951-1955), no Restelo, em que a fachada apresentava um mural de azulejos de Almada Negreiros e cujo projecto de destruição tanta celeuma levantou nos jornais, nos últimos tempos.
Pela dedicatória depreende-se que António Varela, trouxe de França, e ofereceu a Alfredo de Moraes, o livro em francês de Curnonsky, À l' Infortune du Pot, a que este último se refere como «Tratado».
Foi com base nesse original que foi feita a tradução da obra do alcunhado «príncipe eleito dos gastrónomos franceses», o que justifica a dedicatória, que é, ao mesmo tempo, uma prova de agradecimento pela acto e de admiração pela sua arte.
2 comentários:
PARABÉNS pela aquisiçao, pois sei que esta obra para si tem imenso valor.
Paula
Minha Cara Senhora,
Fico muito feliz por ter encontrado esta dedicatória ao António Varela. Gostava muito de conseguir ler correctamente o texto a manuscrito (fiz uma tese sobre este arquitecto). Caso lhe interesse pode contactar-me para o meu mail: hugo.nazareth@sapo.pt
Muitas felicidades,
Hugo Nazareth Fernandes, arq.
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