Cruzou-se com o
tenente Brandão, na casa de quem havia trabalhado, que ao vê-la disse para Machado
Santos: “Já temos cozinheira”. António Machado Santos foi considerado um herói da
Rotunda e um pai da República., tendo tido uma vida atribulada, com altos e
baixos até ao seu assassinato na Noite sangrenta de 19 de Outubro de
1921.
Aos olhos de Júlia
Santos ele era já um herói. Descrevia-o como estando sempre em movimento, a dar
ordens aos homens que dirigia. Quando chegou ao local dirigiu-se a todas as
barracas de “comes e bebes” e mandou despejar os barris de vinho no chão e
partir as garrafas de bebidas. Explicou que não queria que o pessoal se embebedasse.
O jornalista comentou então que teria tido grande prejuízo. A resposta foi: “Não,
pagaram tudo”.
Acrescentou
ainda que, depois que acabou a revolução, Machado Santos disse-lhe: “Fica encarregada
de distribuir pelos pobres todos os géneros que ali estão”. Assim fez e, esse
bodo aos pobres, passados todos aqueles anos, ainda lhe trazia recordações felizes.
Na altura da
entrevista vivia na “Villa Fernando”, na Rua Possidónio da Silva, rodeada pelos
netos e com o marido paralítico, agradecia agora que se lembrassem dela.
As fotos, da
autoria de Ferreira da Cunha, ilustravam o artigo.
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