sábado, 6 de maio de 2023

O Dia da Mãe em 1962

Recuamos ao ano de 1962 quando o dia da Mãe era ainda a 8 de Dezembro.

Foi assim durante toda a minha infância e adolescência. Era uma data que não esquecíamos, fomentada pelo ensinamento nas escolas.  Faziam-se cartões ou outros presentes ou comprava-se, com o dinheiro amealhado das semanadas, prendas simples.  Lembro-me de quando apareceram as flores em plástico (uma inovação que achávamos maravilhosa) de ter comprado um ramo para oferecer à minha mãe.

Depois, em data que não recordo, a própria Igreja decidiu mudar o dia, para não coincidir com o de Nª Sª da Conceição. Um absurdo que veio a diluir a data. Eu nunca mais soube quando era e tal como eu muitas pessoas, que esqueceram o dia.

Hoje é inacreditável o número de acontecimentos que se comemoram num único dia. É que o ano só tem 365 dias e todos os dias são atribuídas novas comemorações. Ainda há pouco tempo me deparei com o Dia da Asma, juntamente com a comemoração de outra doença, e provavelmente de um santo e mais alguma coisa que acabaram de inventar.

Bem, isto apenas para mostrar esta carteira de plástico da Mocidade Portuguesa, oferecida aos jovens em 8 de Dezembro de 1968. Ao abrir-se, podia observar-se do lado direito uma placa em alumínio, com o emblema da Mocidade esmaltado, onde se observa a mãe, o filho e, em plano de fundo, uma imagem de  Nª Sª da Conceição.

Do lado esquerdo uma janela de plástico transparente permitia ver a fotografia do jovem fardado da Mocidade, que fazia esta oferta à sua mãe. Por baixo podia ler-se uma frase de agradecimento à mesma, pedindo-lhe a sua bênção.

Um presente que implicava uma certa preparação e que transmitia uma ideia de um mundo perfeito, como se pretendia durante o Estado Novo.

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