Os jogos da Majora povoaram muitos dias da minha infância. Lembro-me por exemplo do aquário com peixes, feito em cartolina, claro, onde pescávamos peixes com uma cana que terminava num íman magnético. Mas muitas outras variedades destes jogos de tabuleiro, infantis, foram surgindo ao longo do tempo.
A fragilidade do material, usado tão frequentemente, fez com que muitos jogos não resistissem. Começava por se estragar a caixa e depois as peças, a pouco e pouco, iam-se perdendo. As mães, diligentes, olhavam para aquilo e achavam que já tinha chegado ao fim da sua vida. E lá ia o jogo!
A marca, criada em 1939, por Mário
José de Oliveira, usando as letra do início e fim do seu nome, surpreendia os
portugueses com a diversidade que apresentava. Ainda hoje me surpreendo com
jogos que nunca vi.
Este é um desses raros jogos
que devia mexer com o imaginário das crianças, sobretudo numa época em que os
doces, só estavam presentes em datas especiais.
Percorrer esse caminho
sinuoso, do Reino da Lambarice, por
entre a visão de doçarias apetitosas, jogando os dados para avançar as marcas
até ao final, onde o vencedor se podia deleitar com as mais variadas gulodices
devia ser uma excitação. Mesmo não existindo na realidade qualquer doce
verdadeiro sobre a mesa.
Mas naquela época todas as
coisas simples tinham mais valor. Os doces eram mais doces e mais valorizados
por serem raros. Hoje o seu consumo quotidiano tirou-lhes o valor e a magia. Se
hoje uma criança jogasse este jogo seguramente que ia negociar com os pais
comer, no final, uma guloseima da sua predilecção. Não perdoava.
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