quarta-feira, 9 de junho de 2021

O meu encontro (tardio) com Azinhal Abelho

Para quem, como eu, recebia catálogos de livros antigos, espécie desaparecida nos últimos anos, o nome de Azinhal Abelho era-me familiar. Quase todos eles começavam com os livros de ABELHO, Azinhal. Ter os dois nomes começados por A garantia-lhe inevitavelmente o primeiro lugar, em especial quando no apelido o A era seguido por um B. Imbatível em termos de ordem alfabética.

Confesso contudo que nunca cheguei a comprar nenhum dos seus livros porque existiam sempre outras prioridades. Mas a presença constante do seu nome provocava-me sempre um sorriso.

Eis senão quando chegaram cá a casa várias das suas obras. Finalmente Azinhal Abelho passava a ter um lugar no meio dos meus livros. Inacreditavelmente a primeira obra a chegar perdeu-se num dos montes e ainda não o consegui reencontrar. Mas estes são suficientes para lhes contar esta história.

Procurei finalmente saber quem era este autor. Joaquim Azinhal Abelho nasceu na Orada, freguesia de Borba, em 1911, e faleceu em Lisboa, em 1979.

Foi escritor, poeta, investigador de Etnologia Rural, com foco sobretudo no Alentejo e esteve ligado ao teatro, para o qual escreveu Glória ao Deus Menino, em 1965 e Teatro Popular Português, uma antologia em sete volumes, 1968-1973.

Não vou enumerar a sua obra que perfaz, em prosa e verso, mais de 20 títulos, mas posso acrescentar que a sua forma de escrever foi uma agradável surpresa.

Não é isto uma crítica literária, nem o saberia fazer, é apenas uma história de um feliz reencontro com um autor, tantos anos depois de conhecer o seu nome. 

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