Podendo escolher opto sempre
por hotéis antigos. Podem ser menos práticos, com quartos mais pequenos e menos
funcionais mas quando ganharam charme com a idade são, como as pessoas, mais
interessantes.
Numa ida a Coimbra foi o
Hotel Astória o escolhido. Já lá tinha ficado anteriormente mas vejo agora que
a última vez foi há muito tempo porque a minha memória estava já um pouco
esbatida. O hotel existe desde 1925 e o edifício, projecto do arquitecto Adães
Bermudes, construído entre 1915-1919, não
foi concebido inicialmente para esse fim.
Quando Alexandre de Almeida o adquiriu para hotel pediu ao arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira que o adaptasse a essa nova função. Este espaço de tempo explica porque a sua fachada tem características Arte Nova enquanto no interior predomina a Art Deco.
A cadeia de hotéis que Alexandre de Almeida, um homem de visão para o turismo, viria a construir incluía além deste o Palace Hotel do Bussaco, o Palace Hotel da Curia, e em Lisboa o Hotel Europa (de que já falei a propósito de uma ementa), o Hotel Metróple e o Hotel Francfort.
Quando Alexandre de Almeida o adquiriu para hotel pediu ao arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira que o adaptasse a essa nova função. Este espaço de tempo explica porque a sua fachada tem características Arte Nova enquanto no interior predomina a Art Deco.
A cadeia de hotéis que Alexandre de Almeida, um homem de visão para o turismo, viria a construir incluía além deste o Palace Hotel do Bussaco, o Palace Hotel da Curia, e em Lisboa o Hotel Europa (de que já falei a propósito de uma ementa), o Hotel Metróple e o Hotel Francfort.
O Hotel Astória já viveu
melhores dias. O restaurante, onde me lembro de ter jantado algumas vezes, está
agora fechado. A sua beleza pode contudo apreciar-se pela manhã, uma vez que é
aí que são servidos os pequeno-almoços. A sala não sofreu grandes alterações
mas desapareceram os belos candeeiros de tecto Art Deco, visíveis em
fotografias antigas, substituídos por candeeiros modernos.
As salas de entrada mantém a sua beleza com alguns apontamentos de época, como as pequenas secretárias onde as pessoas escreviam os seus bilhetes postais durante as viagens, ou a zona de leitura situada na mezzanine.
As salas de entrada mantém a sua beleza com alguns apontamentos de época, como as pequenas secretárias onde as pessoas escreviam os seus bilhetes postais durante as viagens, ou a zona de leitura situada na mezzanine.
Precisa contudo de algum investimento.
Nem precisa de obras ou de gastar muito dinheiro. O que é necessário é uma mão sensível
que enriqueça os quartos com quadros Art Deco e colchas condizentes para tornar
o ambiente mais quente. Que retire do armário de souvenirs a louça de Coimbra
que, aposto, nenhum turista alguma vez comprou. E pouco mais será necessário
para acentuar o ar de época para que os quadros com postais antigos da cadeia
de hotéis nos remetem.
A experiência de subir num
antigo elevador sentado no seu banco de madeira é hoje rara e recorda-me
algumas lojas de Lisboa da minha infância, quando o tempo era mais lento.
O serviço é discreto mas
impecável com uma disponibilidade do responsável pelo hotel nos ouvir quando o
abordamos na recepção.
Em conclusão: uma
experiência positiva, mas que deixa um amargo de boca, como quando olhamos para
uma pessoa bonita mas descuidada. Quando afinal é preciso tão pouco para
melhorar. Foi-nos dito que aguardam obras. Não é preciso. Retomando a analogia
da pessoa, um novo penteado e um baton nos lábios e a imagem modifica-se
imediatamente. Alexandre de Almeida não gostaria de ver assim o seu hotel.
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