O etnólogo Ernesto Veiga de
Oliveira (1910-1990) escreveu sobre este dia:
«O S. Martinho, como o dia de
Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo
originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos
e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se
inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com
procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos
em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a
glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas
irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a
celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de
Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros
vinho e castanhas.»
Bibliografia: As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação
Calouste Gulbenkian, 1987.
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