Um dos brinquedos que tive quando eu era criança foi um pequeno alguidar em lata com uma tábua de
lavar roupa em madeira. Acho que nunca brinquei com ele mas ficou-me na memória
e hoje dava-me imenso jeito para fotografar.
Recordo-me também de um bolo
que fez sucesso nos anos 60-70 que se chamava celha de lavar.
Tinha o feitio e
uma celha de madeira em que as paredes eram feitas com bolachas de baunilha,
duas das quais, mais elevadas apresentavam uma abertura para formar as pegas. A
toda a volta duas fitas de seda castanhas finas simulavam as aduelas.
Foto tirada da internet |
No
interior meta-se um creme branco, que penso ser chantilly, que envolvia pedaços
de ananás fresco. Tinha o requinte de ter uma bolacha inclinada no bordo que simulava uma tábua de lavar.
Hoje estas peças estão
esquecidas mas há dias ao escolher um monte de receitas manuscritas encontrei
uma receita de bolachas que se chamava «Tabuinhas de ensaboar». Por coincidência
logo no dia seguinte ao folhear o livro Cozinha
Portuguesa de Maria Helena Tavares Crato, de 1986, deparei-me com a receita
de «Tábuas de lavar». Era precisamente a mesma receita, desta vez apenas com
metade da dose.
Percebi que estas bolachas ao atravessarem-se no meu caminho
estavam mesmo a pedir que as fizesse. Meti mão à obra e aqui estão as minhas
bolachas de manteiga, que optei por chamar «Tabuinhas de ensaboar» que,
convenhamos, é um nome mais apelativo.
A receita é simples e o desenho,
feito com um garfo passado por farinha, dá-lhes um ar retro, mas o resultado é delicioso.
Ficam apenas algumas recomendações. Não derreter muito a manteiga que deve ser
apenas amolecida e usar forno quente para ficarem estaladiças.
Agora é só experimentar. Um
último aviso: parecem muitas (fazer a dose manuscrita) mas comem-se num
instante.
2 comentários:
Mas que apetitosas. Apetece mesmo ensaboar o estômago com elas.
Isabel Kiki
Isabel Kiki,
Podes crer. Tens que confirmar in loco. Bj
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