Chama-se condessa a um pequena
cesta redonda ou oval de vime ou verga, com tampa e sem asa. Como normalmente
não é muito grande a palavra condessinha, que devia indicar um diminutivo, é
aqui sinónimo.
Na realidade esta expressão
também se aplica a outras cestas com tampa e com asa, apesar desta última não
fazer parte da definição. É uma designação antiga que se foi perdendo e quando
a encontrava em textos antigos interrogava-me como seria o seu formato.
Mas ao olhar para esta
pequena cesta destinada a conter ameixas de Elvas percebi que esta era uma
verdadeira condessa. O seu formato faz-me lembrar uma das variantes de cestas
feitas com canas em Odeleite, Algarve. A variedade de cestas aí feitas é grande
mas refiro-me a uma com forma cilíndrica, asa e tampa rotativa que Jane Birkin
usou como carteira e que fez grande sucesso na época.
Foto tirada da internet |
A embalagem aqui apresentada,
que preserva ainda o rótulo e os papéis recortados interiores, destinava-se a
conter ameixas de Elvas confitadas que eram produzidas na fábrica de Manuel Joaquim
Candeias, fundada em 1919. Além da transformação da ameixa dedicava-se
igualmente à preparação de azeitonas de Elvas. Na década de 1960 dedicou-se à
exportação, como o rótulo desta embalagem nos diz. Em
1970 foi comprada pelo encarregado da fábrica, Mário Renato da Conceição que
era, afilhado de Manuel Candeias. Presentemente o seu filho Luís Silveirinha é
o actual proprietário.
A associação desta ameixa de
Elvas, da variedade rainha-claúdia, à sericaia foi, segundo Luís Silveirinha, uma
criação do seu pai Mário Conceição e do Director da Pousada de Elvas, na década
de 1970. O resultado foi brilhante porque hoje quando se come sericaia achamos
que está mesmo a pedir ser acompanhada por ameixas de Elvas.
PS. Este texto surgiu como
consequência de um pedido de Mário Cabeças para o arquivo comunitário AIAR (ver
facebook) para eu divulgar as minhas caixas de doces de Elvas. Aqui fica a
minha primeira contribuição.
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