Na realidade a partir de 1913 os Estados Unidos, para onde tinham já partido vários emigrantes, proíbiram a entrada de pessoas analfabetas e a crise agravou-se. Muitos tinham já partido para o Brasil e faziam parte do grande contingente de portugueses aí emigrados. Só entre 1901 e 1950 quase um milhão de portugueses emigraram para o Brasil.
Mindelo. Paços do Concelho. Imagem publicada em Buala |
Os emigrantes portugueses pelo
Mundo cotizaram- se para ajudar. No Brasil, em 1921, o Boletim Mensal da Câmara
do Rio de Janeiro dava conta das várias iniciativas a favor dos desvalidos de Cabo
Verde, em que se incluíram representações no teatro da cidade, conferências com
venda de documentos impressos, etc. que levaram a arrecadar um total de 42.735$90.
Foto de Amândio António Lopes, 1922 |
Nos Estados Unidos, em New Bedford,
foi criada uma «Comissão Central de Socorros aos famintos de Cabo Verde»,
encabeçada por Euclides Goulart da Costa, então vice-cônsul em Nova Iorque,
interessante figura da nossa diplomacia, de que voltaremos a falar. A comissão pretendia angariar
fundos para adquirir víveres e enviá-los aproveitando os veleiros que navegavam
entre New Bedford e os portos de S. Vicente e Praia. Assim a partir de Junho de
1921 abriram um concurso para aquisição de farinha, feijão, arroz e outros géneros
que entrariam em Cabo Verde livres de direitos.
Em papel anexo Goulart da
Costa escreveu. «A subscrição rendeu US$ 5.163,50 com que se adquiriram cerca de 150
toneladas de farinha, milho e feijão remetidos pelo vapor S. Vicente em Setembro
de 1921».
O apelo de solidariedade
tinha funcionado.
Sem comentários:
Enviar um comentário