Este conjunto de porcelana parece
um tête-à-tête de brincar. Todas as peças apresentam escrito a dourado «O Moinho
Fluminense. Manáos».
Pensei no início ser um presente de algum restaurante, mas na realidade apenas encontrei na cidade de Manaus um estabelecimento com essa designação, que correspondia a uma loja de venda de produtos alimentares, pertença de J. Guimarães Júnior.
Pensei no início ser um presente de algum restaurante, mas na realidade apenas encontrei na cidade de Manaus um estabelecimento com essa designação, que correspondia a uma loja de venda de produtos alimentares, pertença de J. Guimarães Júnior.
É provável que fosse uma sucursal
da conhecida fábrica de moagem «Moinho Fluminense» (1), fundada no Rio de Janeiro em
1883 e com alvará de funcionamento com a data de 1887. O edifício de grandes
dimensões, foi construído de raiz de acordo com o projecto do arquitecto
António Januzzi e destinava-se à moagem de cereais. A importância do edifício
acompanhava a da indústria da panificação que dava no Brasil os primeiros
passos; na realidade o pão de trigo só foi conhecido no Brasil no século XIX. A
corte portuguesa habituada ao pão de trigo em Portugal seguramente que deve ter
estranhado.
Foto da Fundação Bunge |
Quanto à provável filial em Manaus só consegui encontrar uma foto, em que a simplicidade do edifício contrasta com o requinte do serviço de porcelana. Seguramente que falta um elo nesta história, que deve estar relacionado com o progresso associado ao “ciclo da borracha”.
Aqui fica a imagem do requintado serviço que, imagino, foi trazido para Portugal por alguém que viveu no Brasil. Quanto à explicação da identificação em letras douradas «Moinho Fluminense. Manáos» é um desafio de que fico a aguardar achegas para esclarecimento.
(1) A ausência do «O» inicial torna esta hipótese menos consistente.
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