sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O «Natal» na Alimentação

 

Reconheço que o título é dúbio e que pode levar a pensar que vou falar sobre os chamados alimentos tradicionais de Natal. Não é o caso.

Em 2009 falei na Alimentação do Pai Natal, para concluir que é um ser etéreo, que praticamente não come, apesar de muitos meninos deixarem, na chaminé, copos de leite e outros alimentos do seu gosto.

Falo este ano nos produtos alimentares em que a palavra «Natal» foi registada como uma marca.
Começo com esta bela lata de «Azeite Natal», produzido por Carvalho & Sobrinho, de Elvas, fabricantes e exportadores de Frutas Doces e Secas, Azeitonas e Azeite. Desconheço a sua data, mas talvez tenha sido produzida na década de 1940-1950.

Já anteriormente, em Dezembro de 1930, Agostinho Cabral, comerciante estabelecido na Rua do Bonjardim, 421 a 425, no Porto, tinha pedido o registo da marca «Azeite Natal». 
Como mostrei o ano passado, a firma Salgado & Martins, Lda, comerciantes com sede na Rua Eugénio dos Santos, 61, em Lisboa, pediam o registo da marca «Licor Natal», que aqui se apresenta em imagem repetida do post de 2010, mas que se justifica pela sua beleza.

Também as conservas de peixe não escaparam a este conceito e a Sociedade Peninsular de Conservas, estabelecida em Peniche, registou em 1922, uma marca de sardinhas em conserva denominada «Pai Natal». 
Do mesmo modo, uma firma de comerciantes estabelecida no Porto, designada Moreiras e Barbosa, com sede na Rua Mártires da Liberdade, 216, em Maio 1928, registava a marca «Natal» para os doces que produzia. A imagem associada mostrava uma mulher com uma canastra à cabeça onde se pode ver a palavra Natal. 
E os estabelecimentos de venda de víveres não escaparam a esta tendência. Tenho conhecimento de pelo menos dois deles com o nome de Casa Natal. Um deles situava-se em Beja e era, em 1929, pertença de Armando Inácio Gonçalves, comerciante estabelecido na Rua de Mértola, 16 e 18.
Um outro, com o mesmo nome, era pertença de Agostinho Francisco Cabral, que possuía um estabelecimento de mercearia na Rua do Bonjardim, 421, no Porto, em 1933, e que se manteve durante vários anos
Seguramente que estes são apenas alguns dos exemplos. Com o tempo, estou segura, será possível detectar outros mais.
Não podemos contudo, deixar de estranhar esta escolha que, à semelhança dos filmes de Natal, nos fazem pensar que apenas fazem sentido na época natalícia.

2 comentários:

paulo disse...

Ola sou de Elvas e tenho essas latas de azeite Natal e tenho algumas iguais mas de 5 kg de azeitonas pretas. tenho a caixa de madeira original com as respetivas 4 latas la dentro.

Ana Marques Pereira disse...

Olá Paulo,
Esta lata também é minha , mas gostava de ter as fotos das caixas e das latas de azeitonas.
Não quer disponibilzá-las para ficarem em arquivo?
Obrigada