O cometa Halley foi o primeiro a ser conhecido como periódico. A cada 76 anos aproxima-se da Terra e o seu brilho e forma tornaram-no num objecto de entusiasmo para observação, mas também de temor. A ele foram sempre associadas catástrofes.
Em Maio de 1910 aproximou-se da Terra, mas já antes as notícias em todo o Mundo vaticinavam desgraças. Uma delas relacionada com a libertação de cianogénio, um gás letal que estaria presente na cauda do cometa.
Foto retirada de Comet Zone |
Em Portugal a Ilustração Portuguesa já em 7 de Fevereiro de 1910, fazia capa com o cometa. No seu interior dois textos com títulos assustadores davam o mote intimidatório: «O fim do mundo e os planetas» e «Na eminência de um cataclismo cósmico».
A 16 de Maio, de forma mais cautelosa, anunciava aos leitores em tom sereno: «O cometa Halley aproxima-se da Terra». Por último, a 23 de Maio apresentava fotos do cometa sob o título: «O cometa Halley no firmamento de Lisboa». Encerrava-se assim o tema.
Os comerciantes, no entanto, não deixaram passar em claro este fenómeno. O cometa serviu para marcas de produtos alimentares e outros.
Este rótulo de whisky americano é disso um exemplo, mas felizmente os nossos empresários também não ignoraram esse acontecimento que, como aqui se vê, serviu de marca para vinhos e azeite. O comerciante José António Lopes, estabelecido em Lisboa no Largo do Terreiro do Trigo, Nº16, 2º, pedia o registo da marca «Vinhos e Azeite Halley», em 1910. No rótulo podia ver-se o cometa «a caminho da Terra», facto em que o mesmo, evidentemente não acreditava.
E a estrela que anunciou o nascimento do Menino Jesus aos Reis Magos, não seria um cometa Halley?
Vejam este postal de Natal de 1907 e digam-me.
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