quinta-feira, 18 de julho de 2024

A grande maravilha, segundo José de Lemos

  

Quando vi este pequeno folheto de publicidade ao GAZCIDLA, fiquei encantada com o grafismo e a história tão simples e decidi pô-la no blogue. Durante a pesquisa descobri que eu própria já havia apresentado, em 2010, esta pequena obra de José de Lemos com o título: No Comment. A Pequena maravilha. 

Da vasta obra de José de Lemos (Lisboa, 1910-1995) salientamos os livros para crianças, publicados sobretudo na década de 1940 e 1950. Quanto a este folheto está datado de 1958. Ficaram sobretudo famosos os desenhos feitos para o jornal Diário Popular. Como diz Jorge Silva, no seu livro sobre a sua obra, “O Riso Amarelo, foi a mais célebre rubrica de Lemos. Apareceu em 1965 e acompanhará o jornal até à derradeira saída das rotativas, em 28 de Setembro de 1991. O Riso será o retrato lisboeta do país e do conformismo cívico dos últimos anos da ditadura”.[1]

Passados 14 anos da minha anterior publicação acho que merece voltar para apresentar a história resumida do Necas que gela ao tomar um banho. A sua mãe tenta sem sucesso aquecer a água num fogareiro, mas sem sucesso.

Quando o sr. Silva chega a casa o Necas estava mal lavado, cheio de frio e o almoço não estava pronto, pelas mesmas razões. Quando o sr. Silva vai comer a sopa estava fria. Olhou para a mulher que se apresentava tudo enfarruscada do carvão, disse-lhe que parecia a mulher de um carvoeiro. 

A mulher do Sr. Silva (que não tinha nome, ao contrário do cão que era o Barbaças), desejou fugir para a China. Não quem queria ir para a China era o sr. Silva. E o problema adensou-se quando o Necas perguntou onde ficava a China. A pergunta inocente valeu-lhe um sopapo. Um drama familiar!

O problema ficou resolvido quando sr. Silva decidiu optar pelo GAZCIDLA. Transportou para casa a botija seguido de um camião com os vários objectos necessários à utilização do mesmo.

 Com todo este arsenal a felicidade entrou na casa da família, partilhada até pelo cão Barbaças. E tudo isto foi possível porque tinha entrado em casa, segundo o sr. Silva, a “maior maravilha do século XX”.



[1] SILVA, Jorge. José de Lemos. Abysmo. 2022.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Museu Virtual. Batedor de ovos do século XIX

Nome do Objecto: Batedor de ovos e de massas.

Descrição: Objecto em cerâmica com forma cilíndrica globosa, assente numa base circular. Com vidrado branco tem escrito nas duas faces, em letra violeta, informações sobre a sua utilidade e sobre o prémio que a empresa tinha já ganho em Exposições universais anteriores (1851 e 1861). No seu interior assentava um batedor metálico, que não está presente.

 

Material: Pó de pedra.

 Época: 1862.

 Marcas: Tem apenas um W inciso na pasta.

Origem: Fabrico inglês adquirida no mercado nacional. Produzida por George Kent Ltd, situada em High Holborn, Londres.

 

Batedor completo. Fotografia tirada da internet.

Grupo a que pertence: Equipamento culinário para misturar os alimentos.

 Função Geral: Bater alimentos em forma líquida.

 Função Específica: Bater ovos e massas.

 Nº inventário: 5280.

 Objectos semelhantes: Vários batedores metálicos e batedores de manteiga com recipientes em vidro.

 

História da Fábrica:

Empresa fundada por George Kent em 1838. Designada inicialmente George Kent Ltd, situava-se nos nº199 a 201 em High Holborn, London WC. Em 1848 patenteou um afiador de facas, que ficou famoso, e que viria a receber vários prémios em exposições internacionais, como é declarado em publicidade e neste batedor que refere as datas de 1851 e 1862. Nos anos seguintes criou vários utensílios de cozinha que são patenteados e obtêm grande aceitação sobretudo nos Estados Unidos. Em 1868 registou uma nova patente com uma invenção de “conservadores de gelo melhorados, refrigeradores e caixas de gelo”. Em 1974 a empresa foi adquirido pela companhia suíça Brown, Boveri and Co.

 

NOTA:

Os primeiros batedores com peças rotativas devem-se provavelmente a um design americano, patenteado em 1856.

 Em Inglaterra, o primeiro batedor parece ter sido o “Whisk” de Griffiths, com patente de 1857.
 Alguns dos primeiros exemplares eram fixados dentro de uma panela, o que impedia de ser usados com outras tigelas. Muitos deles foram desenvolvidos pelos mesmos inventores que projectaram as pequenas batedeiras de manteiga accionadas manualmente e que eram de uso mais frequente.