Na última ida a Guimarães tive o prazer de descobrir a Zona dos Couros, cuja visita nos transporta ao passado.
Situada num local central,
recuperado pela Câmara de Guimarães, surpreende pela sua beleza e extensão.
Interrogamo-nos como é possível estar ali tão acessível e não termos tido conhecimento
da sua existência, apesar das múltiplas visitas feitas anteriormente à cidade.
Esta zona situava-se fora
das antigas muralhas e é atravessa pelo rio do mesmo nome (ribeiro de Couros) que
nos passa debaixo dos pés, em várias linhas de água, que vemos correr hoje com
uma limpidez que não teria antigamente. Persistem ainda extensos vestígios da
que foi a importante manufactura das peles, com habitações especiais e
múltiplos tanques onde as peles era mergulhadas, desde a Idade Média.
Impressionam os numerosos
tanques em granito, onde em tempos se mergulhavam as peles, e que formam conjuntos
extensos que se estendem por várias áreas.
Entrando por um portão de
madeira entramos no que hoje se chama o Centro de Ciência Viva. Lá dentro
situava-se o conjunto de habitações da Ilha do Sabão e
uma antiga fábrica Âncora. No seu interior podem ver-se grandes mesas de pedra, sendo as
fachadas cobertas por ripado de madeira que permitia estender no interior as
peles e secá-las. Ao entrarmos
sentimo-nos regressar ao passado e, não sei porque razão, senti-me na Flandres,
local onde nunca estive.
O sabão, tal como o sebo e a cola, eram extraídos da gordura das peles e transformados depois em produtos indispensáveis à vida quotidiana.
Se
em Guimarães já havia tantos locais históricos para visitar, este antigo
conjunto industrial, tão bem conservado, merece ser conhecido e mencionado neste blogue, apesar de me
obrigar a sair da temática habitual. Mas valeu muito a pena esta viagem no tempo.
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