Esta publicidade, que não é fácil de interpretar tal o sentido humorístico da mesma, foi publicada na revista O Senhor Doutor, em 1937.
Na verdade esta revista é mais
um jornal e foi publicada entre 1933 e 1944, isto é, em pleno Estado Novo. Sob
a direcção de Carlos Ribeiro era um semanário para crianças e nele colaboraram
muitos autores e ilustradores da época.
Neste caso o desenho é da
autoria de Francisco Valença (1882-1962), um prolixo ilustrador e caricaturista
português. Começou a sua actividade como director da revista O Chinelo, ao lado do humorista André
Brun e participou depois em várias publicações como em O Gafanhoto, Ilustração Portuguesa, Diário de Notícias Ilustrado, O
Comércio do Porto Ilustrado, e Sempre
Fixe, entre outros.
Na realidade esta criada para todo o serviço é um telefone, com o corpo esguio e o feitio usual na época, identificável por quem se lembra ainda destes modelos. E para se obter mais informações podiam-se pedir esclarecimentos à Companhia dos Telefones.
Já anteriormente falei na
minha dificuldade em acompanhar o humor do século XIX. Neste caso devo dizer
que, à primeira vista, pensei tratar-se de um verdadeiro anúncio a criadas, mas
estranhei o endereço para dar informações. Isto leva-me a concluir que também a
interpretação do humor início do século XX nem sempre é fácil.
É isso que torna a História do quotidiano tão difícil. Temos que recuar no tempo e pensar como se estivéssemos no passado.
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