Para além da compra de livros
e papéis comecei a adquirir toalhas, panos de tabuleiros, sacos, etc. para
perceber melhor a evolução dos modelos. As surpresas foram muitas e o encanto
pelas peças tornou-se cada vez maior.
Limito-me agora a falar dos
guardanapos, que acompanham inevitavelmente as toalhas ou se apresentam
dispersos por muitas pessoas os consideram hoje dispensáveis, apercebi-me da
sua delicadeza e de como ao longo dos séculos foram encarados de formas tão
diferentes. As suas dimensões, o fim a que se destinavam, o modo como devem ser
dobrados, tudo isso é importante e diferenciador.
Tendo visto centenas deles
deparei-me há pouco tempo com um guardanapo, em brocado de algodão, de pequenas
dimensões, onde na barra circundante estava escrito TOILETTE, em grandes
letras. Procurei uma explicação e finalmente descobri.
Trata-se de um guardanapo para
limpar a cara. Ao contrário das toalhas de mãos, que se destinavam a esse fim, grandes
e rectangulares, ou das toalhas para limpar o corpo, todos se podem considerar
de toilette, mas os primeiros são
pequenos.
Esta designação utilizava-se
no século XIX, quando a higiene matinal era ainda parcial e o lavar a cara era
mais frequente que o banho.
Pode encontrar-se a expressão serviette de toilette em Le
Roi des montagnes, novela publicada por Edmont About, publicada em 1857 (p.
110), ou no romance de Charles-Ferdinand Ramuz (1878 - 1947), de 1910, Aimé Pache, peintre vaudois, onde consta
o seguinte texto: «Fais bien attention aussi que tu as deux espèces de
serviettes, une pour la figure et l'autre pour les mains» (p. 104).
Para concluir: depois de ver tantos guardanapos e quando pensamos que já vimos tudo, surge-nos uma surpresa, um guardanapo de toilette de que nunca tinha ouvido falar e penso que não serei só eu a espantar-me.
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