Diz-se habitualmente que os Açores são o único local da Europa onde se cultiva a planta do Chá. Na realidade será o único onde se cultiva com produção extensa e transformação comercial.
Foi assim, com surpresa, que
durante a minha última visita ao meu amigo Álvaro Teixeira de Queirós, que
descobri uma outra realidade. Em Ponte de Lima, na sua bela propriedade, nos
jardins da casa do Cruzeiro ou de Nossa Senhora da Piedade, cresce um tipo de
camélia especial, a Camellia sinensis.
Bordejando os dois lados de
uma álea do jardim cresce, há quase cem anos, uma variedade Assamica, trazida de Moçambique por um tio
do dono da casa. Esta variação, diferente da var. chinesa sinensis, é endémica na Índia, em Assam, e a base da maioria dos
chás pretos indianos como o Oolong, o Preto e Pu-erh. Distingue-se da variante
chinesa por ter folhas maiores e por apresentar maior concentração de
polifenóis, menor concentração de aminoácidos e serem menos aromáticas.
Embora a sua função, com as
belas flores brancas e amarelas, tenha sido durante décadas decorativa, o dono
da casa recolhe, desde há algum tempo, os seus rebentos que depois de secarem e macerarem
manualmente servem para consumo da casa.
À hora do chá, um ritual diário
sagrado para mim, tive oportunidade de beber o resultado da sua cultura.
Efectivamente um chá suave e pouco aromático, que constitui uma experiência
surpreendente.
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