Numa altura em que nos alimentos se encontram cada vez mais aditivos é importante ler os rótulos das embalagens. Mesmo que só nos dêem parte da informação, os dados básicos estão lá.
Em relação aos iogurtes tenho que reconhecer que a maioria das pessoas não gosta verdadeiramente de iogurte, mas de um creme, derivado do leite, com sabor a outras coisas. É por isso que é tão difícil comprar iogurtes simples, ao contrários dos outros que enchem prateleiras imensas. Este poste não é, portanto, para essas pessoas.
Alguns contudo, os verdadeiros apreciadores de iogurte, sabem que dificilmente os melhores iogurtes do mercado são comparáveis aos gregos. Falo do verdadeiro iogurte grego e não dos «tipo grego» que agora inundam os expositores. Quando pergunto num supermercado por iogurtes gregos (que só se encontram numa única cadeia de supermercados) apontam-me os outros e espantam-se com o que consideram ser a minha confusão.
Para não ter que me deslocar comprava esses do «tipo grego» até descobrir que, uma pequena embalagem, tinha 12 g de açúcar. Isto é, trazia já 2 pacotes de açúcar. Verifiquei depois que algumas variedades chegam a ter 4 pacotes de açúcar.
Há alguns anos atrás eu fazia iogurtes na iogurteira, objecto que todas as pessoas tinham em casa e que abandonaram. Agora, após ter experimentado os iogurtes caseiros em casa de uma amiga minha, feitos no forno, decidi experimentar. E o resultado foi tão bom que não quero deixar de partilhar a receita.
Começa-se por comprar um iogurte simples. Optei por um iogurte natural açucarado da Danone (13,5 g de açúcar), que se vendem em embalagens de dois.
Ligo o forno a 150º C enquanto preparo a mistura e o leite aquece. Aquece-se um litro de leite até cerca de 70ºC, isto é, quando começa a fumegar e antes de ferver. Se estiver demasiado quente tem que se deixar arrefecer para não destruir os lactobacilos.
Junta-se o leite a uma mistura de 1 iogurte mais 1 colher de leite em pó (usei o leite Molico magro), que se bate ligeiramente.
Despeja-se a mistura em cerca de 8-9 frascos de iogurte (utilizo uma caneca com asa que dá aproximadamente o volume da cada um). Colocam-se num tabuleiro com água quente (não a ferver), em banho-maria) e metem-se no forno que deve estar a cerca de 100-110 ºC, cobertos com uma prata. Ficam a essa temperatura 10 minutos, desliga-se o forno, tapa-se a prata com um pequeno cobertor para manter o calor e deixam-se ficar durante cerca de 4-6 horas, isto é, até o forno arrefecer.
Obtém-se um iogurte com uma estrutura cremosa, bastante sólida e muito saborosos, que não necessitam de açúcar. Pode juntar-se fruta ou doce para quem gostar.
Guardo-os no frigorífico tapados com folha de prata e duram cerca de 10 dias. Depois começam a ganhar bolor porque não têm conservantes.
Experimentei juntar-lhe framboesas esmagadas mas o gosto que se obtém é demasiado subtil e não compensa, o que também nos mostra que o sabor a fruta dos comerciais só pode ser obtido com aditivos.
Conclusão: estes iogurtes são mais baratos, mais saudáveis e mais saborosos.
Que mais se pode pedir?
5 comentários:
Já andei tntada a experimentar mas desisti... qq dia avanço!! :)
Especialmente Gaspas,
Vale a pena experimentar e não dá trabalho nenhum.
Um abraço
Tem graça: há uns dias andava a congeminar uma forma de fazer iogurtes com o micro-ondas. Por acaso fazes ideia se é possível?
Bjs e obrigada pela receita.
Sofia,
Não conheço nenhuma receita de iogurte no microndas e não me parece possível porque, pelo que percebo, é necessário um tempo prolongado de calor. É a mesma técnica da iogurteira.
Um bj
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