quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

A exposição “Um cento de cestos”

Felizmente esta é uma exposição de longa permanência, porque os meus adiamentos podiam-me ter feito perde-la. Encontra-se no Museu de Arte Popular, um edifício maravilhoso, com ar abandonado, como se tivéssemos vergonha do que foi a estética do Estado Novo.

Entrada

 Faço votos para que ainda vamos a tempo de recuperar o que nos ficou dessa época e onde tantos e tão bons artistas colaboraram.

Parte do painel da sala
Utilizando exemplares do Museu de Arte Popular e do Museu de Etnologia, e tendo por base os estudos de Fernando Galhano, podemos ver mais de 300 cestos que, em grande parte, já não se fazem. As peças  são apresentadas por regiões e com indicação da sua utilidade.

Para mim uma exposição é mais do que um deleite visual, qualquer que seja o tema. Quero aprender com o que vejo. Por isso me irritam as exposições grandiosas, por vezes internacionais, com legendas mal traduzidas, informações superficiais e identificação que fica a um metro da obra, em que os curadores acham que a obra vale só por si.

Nesta exposição o conjunto de cestos tem placas que os identificam de forma fácil. Estão perto das obras, seguem o mesmo modelo em todas as vitrines e percebe-se, mesmo num conjunto grande de cestos, qual o seu nome, a região de proveniência e para o que serviam. Parece simples, mas para quem, como eu, já viu tantas exposições sabe que nem sempre é assim.

Pequeno cestinho para figos e doces
 Mostro aqui alguns modelos, alguns que eu já conhecia, mas a grande maioria foi uma agradável descoberta. Esta uma amostra de utensílios tão humildes, mas que foram tão úteis e que faz as pessoas olhar para eles com prazer e vontade de os preservar.

Não deixem passar, porque por vezes as exposições de longa duração são as mais fáceis de perder porque pensamos que vai lá estar mais tempo e quando damos por isso acabou. Vão ver!



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