O conjunto encontrava-se ainda
no seu saco de plástico original, gasto e já sem a transparência inicial. Ligeiramente
dobrado foi necessário retirá-lo, submetê-lo a uma atmosfera húmida e endireitá-lo.
Um tratamento de luxo para um simples papel publicitário, na realidade a promoção de uma amostra de esfregão de cozinha.
Desconhecia a marca Frek e não encontrei qualquer registo
sobre ela. O número de telefone remetia-nos para os anos 60 e efectivamente
encontrei no Diário de Governo de 13-12-1967 uma alteração de estatuto, com a entrada
de novos sócios, da sociedade fundadora a «Transformadora de arames Ibérica»,
com sede em Sacavém.
Com o preço de 6,50 escudos o
Frek, era «um produto são e higiénico e económico pela sua duração» e anunciava-se
o ideal para as baterias de cozinha, louça e outro vasilhame. Era o período
áureo dos objectos de cozinha em alumínio que as donas de casa gostavam de
mostrar a brilhar, mas os produtores avisavam que só se devia usar com esse fim
quando estivesse na «macieza adequada».
Foi um precursor dos esfregões
verdes que hoje utilizamos e os promotores escolheram uma imagem do Gato Felix, o gato antropomórfico
nascido em 1919, para o promover irradiando alegria ao ver a sua imagem espelhada
no fundo brilhante de um fundo de tacho, seguramente de alumínio.
Sinceramente, não posso
perceber como este «esfregão mágico», saído da indústria nacional, não teve o
sucesso que merecia.
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