De
um lote de livros que pertenceram a uma escola de culinária na África do Sul, a
que esteve ligada uma família portuguesa que os trouxe para o nosso país,
chamou-me à atenção um em especial. Intitulado «Hilda’s Where is it?» tanto o
título como a autora eram-me totalmente desconhecidos.
A sua autora foi Hildagonda Johanna Duckitt, nascida a 21 Fevereiro de 1839 em Darling, na África do Sul e falecida a 5 Janeiro de 1905 em Cape Town. Apesar de nascida na África do Sul era descente de ingleses e manteve sempre uma estreita relação com a colónia inglesa. Foi por volta de 1820 que os ingleses começaram a chegar ao Cabo depois que este passou do poder holandês para o britânico.
O avô de Hildegonda, William Duckitt de Esher foi enviado para o Cabo em 1800
pelo rei Jorge III para organizar quintas modelo e melhorar os métodos
agrícolas. Foi um dos seus filhos, o pai da autora, que adquiriu em 1839, no Cabo,
a quinta designada Groote Post que tinha
uma casa ao estilo colonial, datada de 1808, num estilo misto holandês e
oriental, segundo descrição da própria. Em breve a quinta se tornou auto-suficiente.
A sua autora foi Hildagonda Johanna Duckitt, nascida a 21 Fevereiro de 1839 em Darling, na África do Sul e falecida a 5 Janeiro de 1905 em Cape Town. Apesar de nascida na África do Sul era descente de ingleses e manteve sempre uma estreita relação com a colónia inglesa. Foi por volta de 1820 que os ingleses começaram a chegar ao Cabo depois que este passou do poder holandês para o britânico.
Groote Post. Imagem tirada da internet |
Hildagonda Duckitt |
O
primeiro teve um sucesso imediato e nenhuma jovem em idade casadoura durante
anos passava sem este livro. De tal modo que a minha edição corresponde ao 27º
milhar, sem data, mas provavelmente de 1915.
O segundo, embora tenha também receitas e conselhos sobre flores e plantas, de que a autora era profunda conhecedora, tornou-se um clássico da literatura sul-africana. Nele Hildagonda conta a história dos eventos passados na sua propriedade onde recebiam os principais representantes da colónia inglesa, como o governador, a cuja filha, Catarina, a autora dedica o primeiro livro ou a princesa Mary de Inglaterra, posteriormente rainha Mary, mulher do rei Jorge V, a quem dedicou a sua segunda obra.
O segundo, embora tenha também receitas e conselhos sobre flores e plantas, de que a autora era profunda conhecedora, tornou-se um clássico da literatura sul-africana. Nele Hildagonda conta a história dos eventos passados na sua propriedade onde recebiam os principais representantes da colónia inglesa, como o governador, a cuja filha, Catarina, a autora dedica o primeiro livro ou a princesa Mary de Inglaterra, posteriormente rainha Mary, mulher do rei Jorge V, a quem dedicou a sua segunda obra.
Depois
da sua morte foram publicados mais dois livros coligidos pela sua sobrinha Mary
Kutell: Quadrilles and konfyt: the life
and journal of Hildagonda Duckitt, em 1954 e Hildegonda Duckitt’s Book of Recipes, editado em 1966.
Apesar
da escassa produção literária a sua obra foi considerada de referência, tendo sido
apelidada a “Mrs. Beeton” da África do Sul, tornando-se num nome incontornável
para o estudo da vida colonial da época, para além de ter construído as bases
de uma cozinha tradicional do Cabo, usando produtos locais.
Hildegonda
teve uma vida amorosa infeliz e nunca casou. Dedicou a sua vida ao estudo dos
produtos locais como plantas e flores que chegou a exportar para Inglaterra.
Ela própria fazia o seus vestidos com tecidos de que desenhava o padrão e
mandava imprimir em Inglaterra.
Adicionar legenda |
Nemesia Strumosa ou Jóia do Cabo, planta originária da África do Sul, uma das flores apreciadas por Hildagonda de que enviava sementes para Inglaterra |
1 comentário:
Promete!
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