A fábrica de refrigerantes Delta
foi fundada em 1945, em Castelo Branco por Rogério de Almeida Martins Ruivo,
que funcionou como director técnico e por seu irmão Raúl de Almeida Martins
Ruivo que tinha a seu cargo a parte comercial.
A empresa designada Martins
Ruivo, Lda, tinha então instalações modelares com as máquinas de produção
situadas no rés-do-chão enquanto que no 1º andar se situavam os laboratórios.
As secções de fabrico e de vasilhame estavam ligadas por um higiénico sistema
de tubagens. Tinha também secções de lavagem de garrafas, enchimento e
rotulagem independentes e separadas por vidraças.
Na fábrica trabalhavam algumas
dezenas de funcionários e a produção diária de refrigerantes era de 6 mil
garrafas.
Casa das lavagens das garrafas |
Dos refrigerantes eram sobretudo
apreciadas as laranjadas, mas a fábrica era também conhecida pela produção de
xaropes de limão, groselha e outros frutos.
Em 1947 a fábrica estava no auge
e começavam a ser conhecidos em vários pontos do país tendo iniciado a
distribuição em garrafões de 5 e 10 litros para revendedores, que era de grande
utilidade porque então este tipo de bebidas era vendido em tabernas e cafés.
Em reportagem feita para a
revista Viagem na Primavera de 1947 a empresa preparava-se para a
produção de licores de todas as qualidades para o que dispunha já de pessoal
especializado. Na notícia era referido que esta era a única indústria de
xaropes da Beira Baixa. Apenas em 1950 foi pedido o
registo do nome «Fábrica de Refrigerantes Delta» (concedido a 18/2/1950).
Não foi esta contudo a primeira fábrica
de refrigerantes local. O meu Tio António, de 87 anos de idade e uma memória
prodigiosa, confirmou-me a existência desta fábrica no Largo da Srª da Piedade.
Garrafa e fotografia de Alberto Santos Alves em Frascofilia no Portal dos Clássicos |
Contou-me que antes tinha existido uma outra fábrica chamada «Castraleuca» que produzia
refrigerantes, pirolitos, gasosas e laranjadas e que era pertença de David
Benfica. Ficava ao fundo da Rua de Santiago (actual Praça da rainha D. Leonor) e
passou depois para a Alameda do Cansado onde existia um poço com água de muito
boa qualidade, pertença da Câmara, que a fornecia contra pagamento.
No Anuário Comercial de
Portugal de 1967 aparecem ainda as duas fábricas de refrigerantes: a
Castraleuca Lda, na rua Guilherme de Barros ao Cansado e a Delta no Largo da
Senhora da Piedade. Contudo no Anuário de 1973 já só vem indicada a
Castraleuca.
2 comentários:
Podias investigar e apresentar o 'pirolito', uma singularidade esquecida com muita graça.
Pirata Vermelho,
Já me referi por duas vezes ao Pirolito mas a mais desenvolvida foi a 1 de Dezembro de 2009.
Bj
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