terça-feira, 29 de setembro de 2009

Objecto Mistério Nº 10

A pedido de várias famílias cá vai mais um objecto mistério.

Trata-se novamente de um utensílio doméstico.

É um objecto sueco com várias funcionalidades.

As suas medidas são 25 cm por 3 cm.

Boa sorte!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um serviço de louça para criança de Peter Fraser

Tive a sorte de adquirir um conjunto raríssimo de louça para criança. Trata-se de um serviço composto por 5 peças, com um prato raso, um prato para papa, um prato para sopa, uma caneca e um copo. O conjunto vinha acompanhado por um pequeno livro, da autoria de Peter Fraser, intitulado «Animal Frolics». Peter Fraser nasceu nas Ilhas Shetland em 1888. Entre 1907-1910 trabalhou em Londres e estudou na Central School of Arts & Crafts. Foi ilustrador de vários livros e caricaturista, tendo publicado o seu primeiro desenho no Punch, em 1912. Trabalhou depois em vários jornais e revistas.
O seu primeiro livro foi Funny Animals, publicado em 1921. Durante os anos seguintes continuou a trabalhar para várias revisitas fazendo desenhos infantis.
Na área da publicidade desenhou para a empresa de tabacos Stephen Mitchell desenhando cartões para acompanhar os cigarros, bem como para uma empresa de confeitaria chamada H. J. Packer, de Bristol, com um trabalho gráfico idêntico, em 1936.

Durante os anos 30 criou a figura de um cão, de raça terrier, que viria a tomar um papel importante no livro Tufty Tales, publicado em 1932. Quando começou a II Guerra Mundial foi encarregue pelo Ministro da Informação para desenhar um poster que se destinava a encorajar as pessoas a produzirem alimentos nos jardins de suas casas. O seu desenho de um jardineiro, com um ancinho às costas e com um cesto cheio de vegetais, tornou-se numa das imagens mais famosas das campanhas de incentivo durante a guerra. A própria mensagem «Dig on for Victory», transformou-se numa palavra de ordem.
Durante os anos 40, juntamente com a sua mulher Edith Fraser, publicou uma série de livros infantis. De entre eles salientam-se títulos como Chuffy, Floppity-Hop e Helping Mrs Wigglenose.

Embora tenha encontrado informação de que esta louça data dos anos 40, penso que será dos anos 50 a série de louça intitulada «Animal Frolics». O nome de Peter Fraser vem na base de todas as peças, bem como o numero de registo 846382.

Esta louça foi feita na Fábrica de James Kent, Ltd, intitulada «Old Foley Pottery». Situada em Longton, no Staffordshire, teve o seu início em 1897 e seria demolida em 2006.

As palavras “Old Foley Pottery" passaram a ser usadas nas peças depois de 1955, pelo que acredito que é dessa data este conjunto de louça infantil.

Quanto ao livro que acompanha este serviço conta a história de uma vila onde viviam vários animais. As principais personagens são o Elefante, o Porco, o Esquilo e o Urso, cada uma com as suas características. No livro recomenda-se que as crianças observem os animais representados nas várias peças, incluindo o esquilo que não consegue pescar um peixe e que vem desenhado na caneca e no copo. Peter Fraser retomou aqui um tema em que havia colaborado anteriormente. Intitulado igualmente «Animal Frolics», continha seis poemas da minha apreciada Enid Blyton. Foi ilustrado por Peter Fraser e por M. Claytone e a primeira edição data de 1926.
Há encontros felizes.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Jorge Brum do Canto e «O Livro de Pantagruel»

Chegou-me às mãos um folheto sobre «Jorge Brum do Canto», com o subtítulo «Um homem do cinema português». Escrito por Félix Ribeiro, em 1973, relata a sua experiência como crítico de cinema, a partir de Março de 1927, para o «Século», e mais tarde como realizador e actor nos seus filmes.
Não vou aqui falar da sua obra cinematográfica, em que se destacam filmes como «A Canção da Terra» (1938), «João Ratão» (1940) e «Chaimite» (1953), mas de outros aspectos salientados na referida publicação.

Interessa-nos para o tema deste blog a sua acção como gastrónomo e grande conhecedor de culinária.
Nascido em Lisboa, a 10 de Fevereiro de 1910, era filho de Bherta Rosa Limpo, vindo o seu apelido do nome de seu pai Brum do Canto. Para os mais distraídos, recordo que sua mãe foi a autora de um dos mais famoso livros de culinária portugueses: «O Livro de Pantagruel». Este livro foi publicado pela primeira vez em 1946, tendo-se esgotado em apenas 34 dias. Fez parte, durante décadas, dos enxovais de todas as meninas casadouras portuguesas.
Eu sabia que o seu filho Jorge Brum do Canto tinha colaborado nesse livro, em especial na revisão ortográfica. Mas o que me informava o folheto de Félix Ribeiro ia muito para além disso.
Na realidade, a partir da 23ª edição de «O Livro de Pantagruel», para além das 3.000 receitas que constituíam o fundo da obra escrita por sua mãe, foram-lhe adicionadas outras 2.559, muitas das quais da autoria de seu filho Jorge. Ele próprio incluiu novos capítulos como «Temperos», «Vinhos», «Decoração de Mesas», etc.
A foto, que se reproduz, vê-se J. B.C. acompanhado de sua mãe e de sua irmã, os três autores de «O Livro de Pantagruel».

Apesar da grande revolução que a culinária tem sofrido nos últimos tempos, o livro não perdeu o seu lugar, como livro de consulta, e continua a ser publicado. Vai presentemente na 73ª edição, agora a cargo de sua filha Maria Manuela Limpo Caetano.

sábado, 19 de setembro de 2009

Doces Regionais 1 : Canelés de Bordeaux

Estive na ultima semana em Bordéus e descobri os «canelés de Bordeaux».
Tratam-se de pequenos bolos, feitos com uma massa muito semelhante à dos crepes e que, depois de cozidos, se apresentam com um centro mais mole e um exterior caramelizado. Ao paladar sobressai o gosto a baunilha e a rum, por vezes substituído por outra bebida licorosa.

A forma é a de um cilindro canelado, de onde o nome de canelés. São vendidos em vários tamanhos conforme se destinam ao chá, a acompanhar o café ou a serem usados noutras ocasiões. O mais interessante dos canelés é a sua forma que advém de serem feitos em pequenas formas de cobre, que podem também ser compradas nas lojas, juntamente com a receita. Estas dão-nos uma ideia de antiguidade da doçaria, embora hoje sejam feitos, a maior parte das vezes, em formas de silicone, que facilitam o processo de desenformar.

A sua origem é desconhecida. Para justificar o orgulho regional de doce antigo foi procurada numa receita do século XVIII, das freiras do Convento da Anunciada em Bordéus, chamada «canelas» ou «canelons» e que não tinha este aspecto.

Uma outra doçaria de nome «canaule» era feita por «canauliers» de Bordéus desde o século XVII, tendo havido mesmo uma corporação de artesãos, registada em 1663. Não faziam parte da Corporação de Pasteleiros uma vez que não lhes era permitido usar leite e açúcar, pelo que a sua massa seria mais do tipo pão. Estas características, que fazem parte do rigor com que eram encarados os Regimentos dos Ofícios, na época, mostram-nos também que a receita não era semelhante à actual.
Esta Corporação dos «Canauliers» cresceu até que a Revolução Francesa acabou com as corporações de ofícios. Mas a profissão manteve-se com um número cada vez menor de artesãos e no século XIX tinha já desaparecido.

Foi no primeiro quartel do século XX que reapareceram os canelés, por mão de
pasteleiro não identificado. Foram-se divulgando, mas apenas em 1985 o nome «canelé» foi registado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial de França.

Hoje o canelé está em todo o lado em Bordéus. Chegamos ao hotel e temo-lo ao pequeno almoço. No intervalo para café surge no meio de outros bolinhos. Após as refeições, aparece-nos em miniatura, na chávena do café. A princípio achamos graça, depois enjoamos.
Uma das lojas mais conhecidas de Bordéus, a Baillardran, tem só nesta cidade 9 lojas de venda. E para além destas, outras tantas em várias cidades, incluindo Paris. Tem um aspecto cuidado e a apresentação dos doces é irrepreensível. É também aí que se podem adquirir as atractivas forminhas.
Mas existem lojas de outras marcas, menos visíveis, formando uma rede de venda de milhares de «canelés». Os bolos em si são pouco interessantes, para o meu gosto. A consistência um pouco borrachosa e o sabor a baunilha e a uma bebida de difícil identificação, não me entusiasmaram grandemente. A minha opinião parece única. O seu sucesso é enorme.
Fiquei a pensar nos nossos doces regionais, em contraponto, sempre tão mal divulgados e na sua grande maioria de tanta qualidade.
À excepção dos «Pastéis de Belém», hoje vendidos em embalagens atractivas, os nossos doces vendem-se em caixas simples e a sua divulgação muitas vezes não ultrapassa a área regional.
É tempo de aprendermos com estas lições e fazer um esforço de marketing. Não acham?.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Objecto Mistério Nº 9 - Resposta: Triturador de gelo

O Objecto Mistério apresentado é um triturador de gelo manual.
É o Modelo CUBY da Westmark.

A caixa mostra numa das faces a forma como esmagar o gelo e na outra, como é possível, desarticulando a peça dentada, deitar directamente num copo de refresco o gelo em pedaços.
Numa das extremidades da caixa pode ler-se em alemão o correspondente a «Hand Ice Crusher» por WESTMARK 1964. No interior de uma das pegas pode ler-se Westmark Cuby na outra Germany.
A empresa Westmark foi fundada em 1923 por Karl-Walter Schulte, em Herscheid. Nos primeiros anos a companhia fabricou panelas, talheres e outros utensílios para o equipamento de cozinhas, feitos de alumínio. São sobretudo famosos os inovadores utensílios fabricados no final dos anos 40 e início dos anos 50.
Em 2002 a empresa fundiu-se com a Famos, ficando a chamar-se "Famos-Westmark GmbH” sendo então propriedade de Christian Deimel. Esta empresa havia sido fundada em 1958 por Hubert Famos Deimel e produzia igualmente utensílios domésticos. De entre estes o mais famoso foi o descascador "Wonderful".
Desde então um grande número de utensílios domésticos têm sido fabricado sob o nome “Westwmark” que, em grande parte, são versões modernizadas dos anteriormente produzidos pelas duas empresas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Objecto Mistério Nº 9

O Objecto Mistério de hoje não é tão fácil como parece.

É um utensílio doméstico fabricado na Alemanha, nos anos 60.

É formado por 2 caixas articuladas, com uma charneira central, que permite abri-las e fechá-las e cada uma delas tem uma pega, que as prolonga.

Cada um dos elementos tem 17 cm de comprimento.
O material utilizado foi o alumínio.

Aqui fica. Gostaria que dessem a vossa opinião.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Uma receita de Fondue de Queijo ... num pano de tabuleiro

Há quem diga que não há coincidências. Nunca tive bem a certeza desta afirmação.
O que eu sei é que, quando estamos mais alertados para um assunto, descobrimos outros com ele relacionados, com maior facilidade.

Por coincidência, ou talvez não, chegou-me hoje às mãos um lote de panos dos anos 60-70, entre os quais se encontrava um pano de tabuleiro com uma receita de Fondue de Queijo.

Uma sequência natural para o post anterior.
Aqui fica a receita e as imagens.

Fondue

Ingredientes:

600 gr de queijo (1/2 Emmental e ½ Gruyère)
1 dente de alho
3 dl de vinho branco seco
1 cálice de Kirsch
1 col. café de Maizena
1 ponta de faca de Bicarbonato de Sódio
Noz moscada, pimenta e paprika

Esfregar o interior do tacho de fondue com o dente de alho e deitar nele o vinho e o queijo. Levar ao lume forte. Quando a mistura começar a ferver juntar a Maizena e a noz moscada desfeitas no Kirsch. Deixar cozer mais 2 a 3 minutos. Juntar o bicarbonato e transportar «orgulhosamente a vossa obra para a mesa».
Já na mesa completar o tempero juntando a pimenta e a paprika.

Bom apetite.

Neste Inverno, não se esqueçam de voltar a estas páginas agora desajustadas para o clima quente e não se vão arrepender.