domingo, 30 de maio de 2010

Planta Mistério Nº 2

A foto da planta apresentada peca pela ausência de folhas, nesta fase, e talvez o número de flores, em quantidade insuficiente, torne mais difícil este desafio.

Está um pouco escondida pelas ervas, mas isso deve-se à sua pequena estatura.

Caracteriza-se por ter pêlos nos caules e flores. Estas têm uma cor azul, ligeiramente arroxeada, com 5 pétalas, em estrela.

É considerada uma planta medicinal, mas tem também utilização culinária.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Museu Virtual: caixa para servir sardinhas de conserva

Nome do Objecto: Caixa para servir sardinhas de conserva

Descrição:
Caixa rectangular em porcelana branca, com uma sardinha a servir de pega, apresentada numa base em metal com suportes laterais e duas asas.

Material:
Cerâmica inglesa e suporte de metal EPNS (Electro Plated Nickel Silver), isto é, uma liga de metal em níquel, zinco e cobre, com camada exterior de prata aplicada por galvanoplastia.

Época:
Segunda metade do século XIX.
O processo de galvanoplastia desenvolveu-se depois de 1840.

Marcas:
- Marca Victoria na base da caixa.
(Provavelmente Victoria Cartwright & Edwards Ltd)
- EPNS no suporte metálico.

Origem: mercado inglês

Grupo a que pertence: Equipamento Culinário

Função Geral: Recipiente para o serviço ou consumo dos alimentos

Função Específica: Servir sardinhas de conserva.

Nº inventário: 308

Objectos semelhantes: Nº 18

sábado, 22 de maio de 2010

Os Açores na Baixa de Lisboa

Ir à Baixa é cada vez mais um prazer. Felizmente passou de uma zona relativamente morta, após o incêndio do Chiado, para uma zona da cidade cada vez mais movimentada. É verdade que muitos dos locais que recordávamos foram fechando, mas agora existem lojas novas, que se vão descobrindo ao passear pelas ruas.
Hoje fui à Baixa com um propósito: visitar uma loja que vende produtos açorianos.

Desci o Chiado, bebi uma cafézinho na Bénard e passei pela Rua Anchieta para ver os alfarrabistas que expõem na rua todos os sábados.
Aproveitei e fui à Loja da Catarina Portas, a Casa Portuguesa, que fica na mesma rua. Logo ao lado a Bertrand abriu agora aquilo que chama um “outlet”. O espaço é interessante, mas os livros têm como único atractivo serem baratos. A qualidade foi esquecida. Penso que a estratégia tem que ser outra. Pode passar por venderem livros manuseados mais baratos ou fazer outro tipo de promoções. Como está vai tornar-se num espaço morto.

Desci depois o Chiado e na Rua do Ouro visitei a Ourivesaria Sarmento que abriu agora um espaço expositivo modernizado, para comemorar os 140 anos de existência. O Rodrigo Sarmento mostrou-me a loja renovada. Têm agora na parte interior da loja uma exposição de joalharia moderna de autor e quadros actuais, a par da colecção de pratas da própria ourivesaria.
Fui depois à Loja das Águas, do José Marques, uma loja cheia de curiosidades e objectos de coleccionismo, onde não resisti e comprei um quebra nozes, que mostrarei dentro de algum tempo.
Finalmente cheguei ao Espaço Açores, que fica na Rua de S. Julião, 58. A loja pertence aos proprietários da Fábrica de Licores Eduardo Ferreira & Filhos, que são responsáveis, entre outros, pela produção do Licor de Maracujá Ezequiel, que existe desde 1936.
Uma amiga tinha-me dito que tinha lá comprado uma carne dos Açores óptima e queria experimentar. Acabei por comprar muitas outras coisas, em parte por iniciativa própria, mas também ajudada pela empregada, que é eficientíssima e simpática.
Costumava encomendar chá dos Açores, mas agora já posso comprar a variedade Orange Pekoe do Porto Formoso, que é aquela que mais gosto. Mas se preferirem têm também o chá preto e o verde da Gorreana.
Comprei uma caixa de doces «Espécies de S. Jorge», com um cheiro intenso a erva-doce e um aspecto tão antigo que parecem saídos de um quadro da Josefa de Óbidos. Não resisti e comprei também uma manteiga saborosíssima e queijos de S. Jorge e de S. Miguel. Mas existem outros em alternativa. Comprei também “ananás bébé” que tem metade do tamanho dos que estamos habituados, sendo-me garantido que eram mais saborosos. Logo ao jantar vou confirmar quando os comer acompanhados por morcela dos Açores, frita às rodelas, como me foi sugerido pela vendedora.
Comprei também atum em azeite, linguiça regional do Pico e massa de pimentão. Esta vou utilizá-la amanhã para fazer migas à alentejana, que aprendi a fazer na semana passada numa aula de Culinária no Hotel Refúgio da Vila, em Portel.
Mas há muito mais, como podem constatar quando visitarem este espaço que recomendo. Porque o que é nacional é bom.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mais chaminés alentejanas

O Carlos Caria teve a amabilidade de me enviar duas fotos suas de chaminés alentejanas, na sequência do post anterior. A primeira foi tirada em Cabeço de Vide e apresenta duas chaminés idênticas, com saídas de fumo com coberturas diferentes, uma com tijolo e outra com folha de Flandres, resultado de adaptações. Na primeira chaminé pode observar-se o registo que permitia a entrada de ar frio que descia e criava correntes de ar no interior da chaminé, de forma a facilitar a saída dos fumos.
A segunda chaminé, fotografada em Sousel, tem a particularidade de apresentar um painel de azulejos publicitários ao Nitrato do Chile.
Tal como os painéis do Licor Beirão eram feitas pela Fábrica Aleluia.
Aqui ficam com o meu agradecimento.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Portel: pequenas casas, grandes chaminés

Numa visita rápida a Portel aproveitei para tirar fotografias de algumas chaminés, "tipo de caça” a que me dedico desde há alguns anos.
Os ingleses preferem a observação dos pássaros com binóculos (birdwatching). Em Portugal, embora essa ideia se tenha vindo a divulgar, o tiro às aves continua a ser o preferido.
Ganhei este hábito desde que comecei a investigar cozinhas e chaminés para o meu primeiro livro sobre o tema. Como tenho pronto, mas não publicado, um segundo livro sobre este tema, agora dedicado às cozinhas populares, não consegui ainda parar.
Aqui lhes deixo algumas imagens de chaminés, a maioria de escuta, assim chamadas porque permitiam aos habitantes das casas ouvir as conversas na rua quando se aproximavam da chaminé. Uma grande maioria traduz-se por uma saliência no plano da fachada. Sempre de grandes dimensões, apresentam uma forma paralelipídica truncada, com a extremidade superior com orifícios de saída de fumo laterais, situadas em cada uma das faces mais compridas do rectângulo. Nalgumas delas podem-se observar-se pequenas cantarinhas de barro, decorativas, nas duas extremidades.
Correspondem interiormente a uma lareira, igualmente de grandes dimensões, situada na habitação exterior, e localizam-se imediatamente junto à porta de entrada.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A crítica de Rafael Bordalo Pinheiro

Quando vejo aquelas salsichas muito encarnadas penso sempre que foram pintadas.

Rafael Bordalo Pinheiro achava o mesmo em 1900.

Era então uma novidade. Uma «Arte novissima», a anilina ao serviço da carne de porco.

Publicado na "Paródia", no nº2 de 1900.

Na capa do primeiro número podia ver-se "A política: a grande Porca", igualmente muito actual no momento em que vivemos.

sábado, 8 de maio de 2010

O Licor Beirão ontem e hoje

Tenho por hábito ver os postais publicitários colocados nos restaurantes e cafés. Já fazia isso no estrangeiro e agora, que também já são frequentes em Portugal, faço o mesmo.
Uma grande maioria não me diz nada, há alguns que me deixam espantada e outros, em especial os de “comidas e bebidas” fazem as minhas delícias. Selecciono estes últimos e penso sempre que posso um dia vir a utilizá-los. Ainda não tinha acontecido.
Há dois dias entrei numa casa para tomar um café e, ao sair vi num escaparate vários desses postais. Entre eles encontravam-se dois de publicidade ao Licor Beirão.
Um deles reproduzia uma majorette americana vestida de encarnado, com um curtos calções e um blusa ainda mais curta que, segundo uma entrevista dada pelo fundador da fábrica[1], o senhor José Carranca Redondo (1916-2005), causou na altura grande escândalo. Estava-se em 1951 e a moral então existente achou a imagem demasiado escandalosa, por pouco vestida. As letras LB, na blusa e no megafone da jovem eram a única ligação ao Licor Beirão. A legenda dizia «É de bom gosto servi-lo... É de bom gosto bebê-lo...». A publicidade é que não era de bom gosto, ao contrário de todas as outras que a empresa, grande precursora das técnicas publicitárias, veio a utilizar.

A história do Licor Beirão pode ser consultada no site da própria empresa ou no da Câmara da Lousã, mas vou resumi-la rapidamente.

Nos finais do século XIX, a Farmácia Serrano, na Lousã produzia uma bebida, tipo licor, com várias ervas (funcho, erva-doce, orégãos, etc) e que era vendida como bebida medicinal.

Luís de Pinho um caixeiro-viajante, que vendia vinho do Porto, após ter casado com a filha do farmacêutico, decidiu comercializar a bebida num local separado da farmácia. O licor, após o Congresso Beirão, que teve lugar em 1929, passou a chamar-se Licor Beirão. Foi para essa empresa, a Lousanense, que foi trabalhar José Carranca Redondo, vindo posteriormente a adquiri-la, em 1940, quando Luís Pinho faleceu.

Carranca Redondo teve, desde o início, uma percepção da importância da publicidade, notável para a época.

Se bem que o mais conhecido cartaz publicitário desta bebida seja o que inclui uma placa de madeira com a palavra Licor Beirão, sobre a qual repousa um pequeno pássaro, frente a uma paisagem calma, feito em cartão ou em azulejos, espalhados por Portugal, muitas outras surgiram.
O anúncio feito para televisão, interpretado pelo cantor romântico Tony de Matos, é um momento a recordar com prazer e pode ser visto no youtube ou em vários blogues.
E chegamos agora ao segundo postal que recolhi e que se trata de um anúncio sobre um concurso de design Licor Beirão. Com a imagem tradicional da placa de madeira em várias cores, num grafismo tipo Andy Wharhol, segue as pisadas do fundador da casa e procura manter vivo o imaginário da bebida, agora renovada pela nova geração herdeira.
E para finalizar, deixo a imagem de dois suportes de guardanapo, dos anos 60-70, da minha colecção e que aguardavam um momento para serem apresentados.
Distribuídos por bares e cafés, tinham a mesma missão que sempre guiou o seu fundador: a de divulgar a imagem da bebida e colá-la à ideia de Licor de Portugal.
[1] “Diário de Notícias”, 17 de Junho de 1998.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Museu Virtual: Escalfador de ovos

Nome: Escalfador de ovos

Descrição: Objecto em metal, de secção oval (pode também ser circular), com uma placa interior móvel, com orifícios destinados a colocar os ovos. No centro da placa encontra-se uma haste vertical com um pé, que permite introduzir e retirar os ovos da água quente, onde são imersos.

Material: folha de Flandres pintada.

Época: Século XIX

Marcas: Não tem.
Origem: Oferta da minha amiga Graça Pericão (Coimbra)

Grupo a que pertence: Equipamento culinário

Função Geral: Recipiente para cozimento de alimentos

Função Específica: Cozer ou escalfar ovos

Nº inventário: 728

Outros exemplos: Utensílio eléctrico para o mesmo fim.
Nota: observei um semelhante, pintado, na Casa de Foz de Arouce, Lousã, Coimbra. O Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães possui um exemplar idêntico, em prata, do século XIX.