domingo, 26 de setembro de 2021

A senhora dos sacos

 

 Nas últimas eleições, no auge da pandemia, fui votar cedo para evitar ajuntamentos. Quando cheguei ao local de voto, na Praça da Ribeira, verifiquei que as mesas estavam vazias.

Não havia qualquer fila e, à minha frente, apenas um senhora carregada com sacos de supermercado, mais de dois em cada mão. Interroguei-me sobre a necessidade de se deslocar com aquele peso, num dia de acto eleitoral, para o qual só é necessário um cartão e uma caneta.

Votando no mesmo local que eu, pensei que devia ser aqui da freguesia, mas nunca a tinha visto. Durante todo o ano de confinamento vi-a apenas por duas vezes, a descer a rua, carregada de sacos em ambas as mãos. Com o rosto sempre tapado por grandes chapéus de abas continuei sem lhe visualizar a cara.

Voltei hoje ao mesmo local para votar. O movimento era escasso, quase nulo. À minha frente, novamente, estava a senhora dos sacos. Tirei uma fotografia de costas, porque pensei que se eu contasse esta história ninguém acreditaria.

Mal posso esperar pelas próximas eleições.

………….

P.S. Apetecia-me contar esta pequena história. De que modo se integra na temática do blogue? Bem, sempre mete sacos de supermercado.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Ementas da pandemia

Faz agora ano e meio que comecei a registar os pratos que comíamos cá em casa durante o período de confinamento.

Não cobri tão bem esta fase da minha vida como devia e só a meio fotografei as ruas desertas de Lisboa. Também, foi já tardiamente que abri uma pasta de ephemera com os papéis e documentos da pandemia. Ainda assim, a tempo de guardar publicidade adequada à situação, cartões relacionados com a vacinação, incluindo o pacote de bolachas e a embalagem de água oferecidos, etc.

Tive no entanto o cuidado de registar o que comemos neste período, incluindo pratos salgados, sopas e doces. É evidente que muitos dos pratos não foram comidos numa só vez e que houve repetições que não são mencionadas.

No total estão incluídas as refeições feitas por mim e as compradas nos nossos dois fornecedores: o sr. Zé da Rua das Flores e o sr. Cotrim de S. João da Talha, dois locais de comida caseira feita com produtos de qualidade.

 

A propósito lembrei-me de um registo de pratos, feito numa folha de calendário por pessoa desconhecida em data incerta (anos 70?) que aqui mostro. Não sei se é um planeamento, tal como encontramos nas agendas, se um registo do comido, mas achei muito adequado para acrescentar aqui.

Ignoro se houve muitas pessoas que tenham efectuado uma recolha do que comeram neste período tão especial, em que o isolamento fez as pessoas dedicarem mais atenção à alimentação. Sei também que este não é um registo vulgar, até porque nele figuram salgados e doces antigos que foram feitos para as fotografias do meu próximo livro. De todo o modo correspondem às nossas preferências.

Se tiverem interesse para alguém que consiga arranjar outras listas, estão disponíveis para estudo.

sábado, 4 de setembro de 2021

Modelos de desenhos do séc. XIX


Estes modelos de desenhos, de origem alemã, do século XIX, fazem parte de um caderno em papel onde foram colados.

Agrupados dois a dois, preenchem várias folhas, a maioria com temática Arte-nova, mas também neoclássicos.

Foram pacientemente coligidos e guardados por alguém que os guardou como modelos, para utilização posterior nalgum projecto.

Pelo que percebi, graças ao meu amigo “Google tradutor”, destinavam-se a ser utilizados como pintura de painéis em salas de jantar ou afins ou, para outros trabalhos menores, como pinturas e menus.

Escolhi quatro modelos belíssimos que ficariam bem em qualquer sala, de preferência na sala de café para onde as pessoas depois de jantar se deslocavam, no século XIX, para continuar a conversação e beber café e licores.