segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A Fábrica de Refrigerantes Delta

 
Uma aspecto das secções de rotulagem e lavagem das garrafas
A fábrica de refrigerantes Delta foi fundada em 1945, em Castelo Branco por Rogério de Almeida Martins Ruivo, que funcionou como director técnico e por seu irmão Raúl de Almeida Martins Ruivo que tinha a seu cargo a parte comercial.
 
O laboratório da fábrica
A empresa designada Martins Ruivo, Lda, tinha então instalações modelares com as máquinas de produção situadas no rés-do-chão enquanto que no 1º andar se situavam os laboratórios. As secções de fabrico e de vasilhame estavam ligadas por um higiénico sistema de tubagens. Tinha também secções de lavagem de garrafas, enchimento e rotulagem independentes e separadas por vidraças.
Na fábrica trabalhavam algumas dezenas de funcionários e a produção diária de refrigerantes era de 6 mil garrafas.

Casa das lavagens das garrafas
Dos refrigerantes eram sobretudo apreciadas as laranjadas, mas a fábrica era também conhecida pela produção de xaropes de limão, groselha e outros frutos.
Em 1947 a fábrica estava no auge e começavam a ser conhecidos em vários pontos do país tendo iniciado a distribuição em garrafões de 5 e 10 litros para revendedores, que era de grande utilidade porque então este tipo de bebidas era vendido em tabernas e cafés.

Em reportagem feita para a revista Viagem na Primavera de 1947 a empresa preparava-se para a produção de licores de todas as qualidades para o que dispunha já de pessoal especializado. Na notícia era referido que esta era a única indústria de xaropes da Beira Baixa. Apenas em 1950 foi pedido o registo do nome «Fábrica de Refrigerantes Delta» (concedido a 18/2/1950).
 
Casa das máquinas
Não foi esta contudo a primeira fábrica de refrigerantes local. O meu Tio António, de 87 anos de idade e uma memória prodigiosa, confirmou-me a existência desta fábrica no Largo da Srª da Piedade. 
Garrafa e fotografia de Alberto Santos Alves
em Frascofilia no Portal dos Clássicos
Contou-me que antes tinha existido uma outra fábrica chamada «Castraleuca» que produzia refrigerantes, pirolitos, gasosas e laranjadas e que era pertença de David Benfica. Ficava ao fundo da Rua de Santiago (actual Praça da rainha D. Leonor) e passou depois para a Alameda do Cansado onde existia um poço com água de muito boa qualidade, pertença da Câmara, que a fornecia contra pagamento. 

No Anuário Comercial de Portugal de 1967 aparecem ainda as duas fábricas de refrigerantes: a Castraleuca Lda, na rua Guilherme de Barros ao Cansado e a Delta no Largo da Senhora da Piedade. Contudo no Anuário de 1973 já só vem indicada a Castraleuca.

2 comentários:

-pirata-vermelho- disse...

Podias investigar e apresentar o 'pirolito', uma singularidade esquecida com muita graça.

Ana Marques Pereira disse...

Pirata Vermelho,
Já me referi por duas vezes ao Pirolito mas a mais desenvolvida foi a 1 de Dezembro de 2009.
Bj