domingo, 30 de novembro de 2008

Joana Vasconcelos e os utensílios domésticos

A propósito do meu último post um amigo mandou-me uma foto do sapato Dorothy de Joana de Vasconcelos, feito com tachos e tampas em aço inoxidável e que esteve exposto em Paris, no jardim da Tulherias, em 2007.

Foi uma maneira de eu chamar à atenção para a obra de uma das mais criativas artistas plásticas portuguesas e para o uso dos utensílios domésticos na arte.

Lembrei-me imediatamente de outras criações desta artista, como é o caso do Coração Independente, feito em arame e talheres de plástico e que vi exposto no restaurante Eleven.
Na altura fiquei encantada com aquele coração gigante, de cor amarela, em que o entrecruzamento dos talheres semelhavam uma filigrana translúcida que reproduzia os típicos corações nortenhos. Soube depois que a mesma obra havia sido feita utilizando talheres em preto e também em encarnado.

Joana Vasconcelos tinha já usado funis de plástico azuis, numa criação de 1999 a que deu o nome de Tolerância Zero.

Mais conhecida é a estrutura feita com garrafas de vidro verde, que se encontra à frente da entrada do Museu Colecção Berardo, de que faz parte e que se intitula Néctar. Foi com esta instalação que Joana Vasconcelos recebeu o prémio Colecção Berardo, em 2006.
No meu mundo «terra a terra» este entrelaçado entre os objectos comuns e a arte dá-me um enorme prazer, que agora partilho com quem me lê.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Os utensílios domésticos como Arte


Entre Fevereiro e Maio deste ano esteve presente uma exposição do escultor chinês Zhan Wang no Museu de Arte Asiática de São Francisco.

Nascido em Pequim, em 1962, tornou-se conhecido como um importante artista da sua geração, com exposições em vários países.

As suas criações mais reconhecidas são as rochas em aço inoxidável em que molda as folhas de aço sobre secções da rocha, unindo-as depois e polindo-as. O resultado é o de uma reprodução oca e brilhante, de um corpo geológico.

As rochas que servem de modelo são seleccionadas pelo autor e apresentam formas que são valorizadas pela cultura chinesa, que considera a água e as rochas como elementos importantes da natureza e fontes de meditação. Zhan Wang estabelece desta forma uma ponte entre a China tradicional e a tecnologia moderna.



Na exposição referida o escultor utilizou rochas trazidas da Serra Nevada e designou a exposição «Montanha Dourada», numa alusão à corrida à busca de ouro, que teve lugar nesse local, no século XIX . Nela participaram milhares de chineses que fizeram de S. Francisco a porta de entrada nos Estados Unidos.
Só por si este aspecto parecia já bastante interessante, mas não justificaria a sua presença neste blog, se a exposição não tivesse uma segunda parte.


O artista completou a exposição criando uma paisagem topográfica de S. Francisco, que se integra numa série de «paisagens urbanas» já por si realizadas.
Nesta instalação para além de usar as rochas em aço, utilizou outros objectos de uso comum, sobretudo utensílios culinários em aço brilhante.

E assim surgiu uma imagem de São Francisco construída com panelas, tachos, escumadeiras, caixas, formas, conchas, etc. O resultado foi surpreende. As paisagens exercem sobre nós uma atracção que nos faz esquecer estar em presença de objectos comuns, porque se transformaram em arte.
É para isso que servem os artistas, para nos surpreender e emocionar.

domingo, 23 de novembro de 2008

“Sabores Judaicos”

Hoje em dia já compro poucos livros exclusivamente de receitas. Refiro-me a livros novos, é claro, porque dos antigos, continuo a não resistir.
O número de livros de receitas que sai em todo o mundo é elevadíssimo. Em 1994 Shapiro já referia que saíam nos Estados Unidos mais de 1000 títulos por ano. Em França, só em 2002, foram publicados 750 novos títulos, enquanto na Suécia, no mesmo ano, para 8,8 milhões de habitantes, eram publicados 300 novos títulos.
Estes números são contudo baixos quando comparados com Inglaterra onde os concursos culinários e os programas com chefes de culinária levaram a um aumento do número de vendas deste tipo de livros. Só Delia Smith, que tinha um programa de televisão chamado «How to cook», vendeu dezassete milhões de livros.

De resto o Reino Unido é citado como sendo o país onde são publicados mais livros per capita por ano. A última lista publicada pela Unesco mostra que, neste país, em 2005, foram publicados 206.000 novos livros, seguido pelos Estados Unidos com 172.000. O número e o tipo de livros publicados por ano e por país é monitorizado pela Unesco como um índice importante para avaliar o nível de vida e de educação de um país. Dessa lista fazem parte, pelo menos 77 países, incluindo Angola e Burkina Faso, mas não consegui encontrar Portugal.

Toda esta conversa vem a propósito do último livro de culinária que comprei.

Trata-se do livro de Graça Sá-Fernandes e Naomi Calvão, publicado este ano pela Assírio & Alvim e intitulado «Sabores Judaicos. Trás-os-Montes». O livro apresenta-se ilustrado com belas fotografias de Valter Vinagre, que se tem especializado neste tema.
Mas este é mais do que um livro de receitas. Na introdução as autoras explicam que pretenderam homenagear os cripto-judeus daquela região e recuperar a tradição, no que se refere aos costumes alimentares, que foram passando nas famílias de forma oral, ao longo dos séculos. Assim incluem uma primeira parte em que explicam as principais festas religiosas judaicas e os alimentos característicos de cada uma delas. Na segunda parte apresentam-se as receitas mencionadas por temas.

Porque a alimentação transmontana é extraordinariamente rica e mantém ainda características ancestrais é importante registá-la , antes que se vá adulterando ou perdendo.
A nossa história alimentar sofreu várias influências religiosas e pagãs e hoje somos o resultado de todas elas.
Não temos estudada a influência árabe na nossa alimentação, ao contrário dos espanhóis que já o fizeram, embora tenhamos a atenuante de uma menor influência. A comida judia, de que possuo alguns livros publicados nos Estados Unidos, nunca tinha sido abordada no nosso país sob este ponto de vista.
Foi por isso que adquiri este livro. Preenche uma lacuna na nossa história e a mim, pessoalmente, entusiasma-me ver a cozinha transmontana, uma das melhores do nosso país, assim enaltecida.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Absinto (II)

Para terminar este tema, voltamos ao absinto, a bebida conhecida por «fada verde» devido à sua cor e ao poder alucinogénico.

Na realidade foi também este o nome que o seu inventor comercial, o médico Dr. Pierre Ordinaire lhe deu quando o criou, em 1792, como remédio para todos os males.

No entanto e apesar da presença de ervas destiladas a sua cor verde só se torna mais evidente após a preparação.
Para a confecção da bebida existem vários utensílios. Em primeiro lugar a garrafa que contém a bebida destilada e de que, em cada bebida, apenas se utiliza uma pequena parte, isto é, uma medida, uma vez que em si o «absinto» é o que hoje chamaríamos uma «long drink». Essa medida é colocada num copo de vidro alto, ligeiramente cónico, assente num pé curto. Existem vários modelos de copos e alguns apresentam uma pequena barriga inferior, que corresponde à medida correcta de absinto. Outros modelos incluem uma segunda peça em vidro que encaixa no próprio copo, mas este modelo foi menos frequentemente usado.
Indispensável era a garrafa de água fresca usada na preparação da bebida ou o jarro de bico fino, para permitir deitar a água lentamente. Esta era deitada em fio sobre um cubo de açúcar colocado sobre uma colher perfurada, assente horizontalmente nos bordos do copo.

A primeira vez que vi uma colher destas (a 1ª da foto) foi na Feira da Ladra, há alguns anos. Passei a correr e vi um objecto estranho que eu desconhecia. Perguntei o que era, mas o vendedor também não sabia. Pensei que talvez servisse para peixe.

Como sempre faço quando não sei para que serve, comprei as quatro que estavam à venda, para mais tarde descobrir a sua função.
Ao chegar a casa limpei-as e tive a primeira surpresa agradável: eram Crhistofle. Um dia, nas minhas pesquisas, venho a descobrir que se tratava de uma colher de Absinto. Fiquei fascinada e li o que podia sobre o assunto. Em Bruxelas encontrei mais dois modelos em metal. Existem porém dezenas de colheres deste tipo com diferentes recortes, algumas delas publicitárias. Para além deste modelo, existe um outro circular com aberturas e que assenta em 3 ganchos no bordo do copo e ainda um outro, em que a colher tem o aspecto normal, mas no seu cabo, surge a meio um rendilhado destinado a colocar o açúcar.
Em qualquer dos modelos existia um local perfurado onde se colocava o açúcar que, lentamente, sob a acção da água ia derretendo. Á medida que esta água se adicionava ao absinto a bebida ia tomando uma cor verde opaca. Escorria-se depois a colher e mexia-se. Tudo isto era feito de uma maneira lenta, constituindo um ritual valorizado por si só.

Como se utilizava o açúcar, uma vez que a bebida em si é amarga, havia tendência para que algum escorresse pelo copo, pelo que sempre se colocava um pequeno pires, em louça, sob este. Esses pires tinham em França rebordos coloridos que variavam de acordo com a quantidade e qualidade do absinto. A cada uma dessas cores correspondia um preço e alguns pires têm mesmo o preço escrito, em francos.

Em Portugal bebeu-se também absinto embora seja difícil saber qual foi a sua divulgação. Júlio Dinis na sua obra «Uma família inglesa» referiu-se a Mr. Richard Whitestone como sendo um desses casos.
Mas a publicidade do absinto era também dirigida às mulheres. Picasso pintou vários quadros em que surge o absinto e, num deles «A bebedora de Absinto» (1901), presentemente no Hermitage de S. Petersburgo, pode observar-se uma mulher sentada à mesa a preparar a sua bebida.

A presença das mulheres tanto na publicidade ligada ao absinto como em bares, numa época de grande austeridade de conceitos e em que a mulher procurava emancipar-se reforçou a perseguição a esta bebida, que terminaria com a sua proibição. Não se acredite que esta foi a razão mais forte.
A pressão dos viticultores, prejudicados com este comércio, viria a ser determinante. O prato da balança económica pendia agora para o seu lado.

«A bebedora de absinto», quadro de Edgar Degas (1876)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Resposta ao Objecto Mistério Nº2: Colher de absinto

O objecto mistério Nº 2 é uma colher para absinto.
Sendo o absinto uma bebida amarga, necessita da adição de açúcar.
Era colocado sobre a colher um quadradinho de açúcar, como ainda hoje é habitual encontrar em França, que foi o país onde o consumo de absinto atingiu maior intensidade.

Nos outros países podia ser colocado um pedaço de um bloco de açúcar ou de um «pão de açúcar». Dissolvia-se depois este, com água, lentamente, caindo o açúcar derretido sobre a bebida.

Embora esta forma de colher seja a mais frequente, podem também apresentar uma forma circular.


Fosforeira com publicidade a absinto
Existe um grande número de colecionadores de objectos ligados ao consumo do absinto, que incluem os copos, as bases, as fosforeiras e a publicidade em geral.





Base para copo de absinto. O número diz respeito ao preço praticado e condicionava a quantidade.

sábado, 15 de novembro de 2008

Objecto Mistério Nº 2


1 - Trata-se de um objecto que eu comprei desconhecendo a sua função. Apenas pelo mistério.

2 - Descobri depois que há colecionadores só deste objecto.

3 - Pode apresentar-se com diferentes desenhos e formas.

4 - Ainda hoje se utilizam réplicas para o mesmo fim.


A resposta no próximo post.

domingo, 9 de novembro de 2008

O absinto (I)

Poucas bebidas terão a capacidade de provocar nas pessoas sensações sem que tenham sido provadas.
Isso não se aplica ao absinto, que provavelmente nenhum de nós experimentou, mas sobre o qual todos sentimos uma misto de receio e atracção.

( Poster Arte Nova de publicidade ao Absinto)




O absinto é uma bebida amarga feita pela destilação de uma planta a Artemisia Absinthium, a que se adicionam outras ervas como o anis, funcho, hissopo, etc., numa receita que varia segundo o produtor e o país.

A planta Artemisia Absithium L.


Embora tivesse sido usada pelos antigos egípcios (1552 A.C.) como medicamento e tenha sido recomendada por Hipócrates (~460-337 A.C.) para as dores menstruais e reumatismo, seria no século XIX que o seu uso atingiria o apogeu ao tornar-se na bebida mais consumida da Europa. A sua fama como afrodisíaca e os seus atributos de estimulante intelectual, com consequente capacidade criativa, fizeram com que se divulgasse sobretudo na alta sociedade e nos meios artísticos, com destaque para Paris e Praga.

Nomes como os dos escritores Oscar Wilde, Charles Baudelaire, Edgar Allan Poe e dos pintores Toulouse-Lautrec, Gauguin e Vincent van Gogh ficaram conhecidos como consumidores ou chegaram mesmo a retratar esta bebida ou locais de consumo nas suas obras. Van Gogh pintou em 1887 uma «natureza morta com absinto» e há quem afirme que a sua loucura poderia estar relacionada com o consumo de absinto, embora tal nunca tivesse sido provado.

Os cartazes publicitários Arte-Nova, de grande beleza, estimulavam também o imaginário e a aceitação desta bebida.
No final do século XIX o consumo do absinto tinha atingido proporções alarmantes e a bebida, inicialmente considerada um luxo, havia baixado o preço e era agora vendida sem controlo em todos os estabelecimentos. Para além dos problemas do alcoolismo surgiram problemas mais graves como quadros convulsivos, semelhantes aos observados na epilepsia, alucinações, perturbações do sono, aparecimento de outras doenças psiquiátricas e mortes tóxicas ou por suicídio. Esta dependência ficou conhecida com «Absintismo».
Vários estudos vieram provar que os problemas surgidos com a bebida Absinto não se deviam a esta e provavelmente também não decorriam de uma substância que surge após a sua destilação, a «trujona», que só é tóxica em altas doses. As principais toxicidades deveram-se a adulterações da bebida, frequentes na época, com adição de outras ervas com maior percentagem de trujona, ao uso de produtos tóxicos, como o antimónio, e à utilização de álcool adulterado. Foi o uso destas bebidas baratas, produzidas em destilarias clandestinas, que levou à proibição europeia do consumo desta bebida, no início do século XX.

A mística que envolvia a «bebida verde» não desapareceu com a proibição. Tratando-se de uma bebida amarga, necessitava da adição de açúcar, não sendo portanto uma bebida pronta a consumir. O ritual da sua preparação, aumentando o tempo de espera que antecedia a sua degustação, adensavam o mistério. Os objectos próprios, usados para esse fim, foram desde sempre alvo de coleccionismo e sobre eles falaremos em breve.
Hoje a bebida está de novo autorizada, já sem os riscos anteriormente descritos, mas também sem o mistério que a envolvia. É produzida em toda a Europa e certamente ficarão surpreendidos ao saberem que existem pelos menos quatro marcas portuguesas nessa lista.

E termino com as palavras de Oscar Wilde sobre os efeitos do absinto:
«Depois do primeiro copo vêm-se as coisas como desejávamos que elas fossem. Depois do segundo copo vêm-se como elas não são. Finalmente vêm-se as coisas como elas são na realidade e esta é a coisa mais horrível do mundo».

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fernando Pessoa em «flagrante delitro»


Quando nos interessamos por um tema prestamos-lhe uma atenção redobrada. Vemos alimentos e bebidas em todo o lado, mesmo onde ninguém repara. É o caso desta fotografia de Fernando Pessoa.
Mais conhecido pela seu pendor para a tristeza, foi apanhado pela objectiva do fotógrafo num momento de prazer.

A cena teve lugar em 1929, na loja de Abel Pereira da Fonseca e foi enviada a Ofélia. No verso a legenda, em que escreveu «em flagrante delitro», mostra um sentido de humor inusitado e surpreendente.

Como eu gostaria de possuir esta imagem do nosso apreciado poeta.
Para quem puder vai estar em leilão dia 13 de Novembro com uma parte do espólio que os herdeiros do escritor disponibilizam agora na P4. Catálogo a visitar obrigatoriamente.

http://www.p4liveauctions.com/calendar/auction/P4046.html

sábado, 1 de novembro de 2008

Janet Ross e as “ Folhas da nossa cozinha Toscana”


Passei hoje de manhã pela livraria do Bernardo Trindade. Olhei à volta e não vi nenhum livro que me interessasse. Ele disse-me: «Para si só tenho este livrinho de culinária». Olhei para ele com um ar de desinteresse. Chamava-se «Leaves from our Tuscan Kitchen».
Como era barato resolvi trazê-lo. Quando cheguei a casa fui registá-lo e folheei-o com mais atenção. Era um livro de receitas italianas de legumes, escrito por uma inglesa.

Resolvi investigar quem era a autora de nome Janet Ross e descobri que o livro tinha sido um sucesso em Inglaterra.
O que mais me agradou no livro não foram as receitas, que provavelmente nunca reproduzirei, mas a personalidade da autora. Nascida em 1842 é uma representante daquela geração inglesa que, no século XIX, deixou a ilha para ir para países como a India, o Egipto ou Itália. A sua vida justificou mesmo um livro, escrito por Sarah Benjamin, em 2006: Um castelo na Tuscania: a vida notável de Janet Ross, uma mulher à frente do seu tempo.

Descendente de família de escritores, com nomes e obras que nos são menos familiares, mas que activam os ouvidos dos ingleses, tornou-se ela própria numa escritora, com vários títulos publicados.
Janet Ross casou-se aos 18 anos com Henry Ross, numa altura em que vivia com a sua mãe, também escritora que publicaria «Cartas do Egipto». Por questões financeiras o casal parte para Itália em 1867. Em 1888 adquirem, perto de Florença uma villa chamada Poggio Gherardo, que seria um ponto de encontro de vários escritores e intelectuais. Por lá passaram nomes como Mark Twain e Henry James.
Conversadora inteligente, foi instigada pelos seus visitantes a transmitir a seu conhecimento de Itália aos leitores ingleses. Foi assim que surgiu a sua primeira obra «Esboços Italianos», a que se seguiu «Três gerações de Mulheres inglesas». Publicou também o livro «Palácios Florentinos e a sua história».
Foi também nesta linha que se justificou o aparecimento do livro «Folhas da nossa Cozinha Tuscana». Publicado pela primeira vez em 1899, teve várias reedições, sendo a minha já a nona, publicada em 1927 e que ainda hoje continua a ser publicado.


O desenho que antecede o frontispício, datado de 1895, mostra o cozinheiro de Poggio Gherardo, de nome Giuseppe Volti, verdadeiro autor das receitas e que as ditou a Janet Ross, como esta afirma no prefácio.
O livro, considerado um clássico da literatura inglesa de culinária, influenciou uma outra figura importante da culinária: Elizabeth David (1913-1992). Responsável pela divulgação de receitas francesas e italianas em Inglaterra, ela própria reconheceu a importância da sua predecessora. Autora de vários títulos de que os mais conhecidos foram: «Cozinha mediterrânica» em 1950, «Comida Italiana» em 1954 e «Uma omelete e um copo de vinho» em 1984, entre muitos outros.
Obrigado Bernardo, por me ter feito descobrir uma personalidade tão interessante como a de Janet Ross.