quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Feliz Ano de 2022

 

Stuart. Vendedeiras de laranjas (?)

Desejos de um Feliz Ano Novo, pela mão de Stuart Carvalhais (1887-1961), numa das suas belíssimas representações de vendedeiras, provavelmente percorrendo as ruas de Lisboa.

Um ano de 2022 cheio de saúde, com a cabeça arrumada e votos de visões largas.

Que possamos esquecer rapidamente a pandemia e ser felizes com coisas simples, como imagens como esta nos transmitem. 

O traço e a assinatura, inconfundíveis, de Stuart

Que cada um encontre o seu caminho para um ano radioso.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O Bolo de Natal de 2021

 

Já apresentei em 2016 o Bolo de Natal cá de casa. Mostro-o agora com o visual deste ano, porque varia sempre um pouco.

É um Chiffon de chocolate cruzado com Sacher Torte, que decoro depois com frutas cristalizadas coloridas. Já sei que é piroso, mas eu gosto e acho muito apropriado.

Agora que tenho trabalhado manuscritos antigos de culinária passei a ter mais cuidado com os meus e com os cadernos da minha mãe.

Trato principescamente os manuscritos de outras proveniências que me chegam à mão, encadernando-os quando necessário, organizando-os, identificando-os e datando-os sempre que possível. Nalguns incluo mesmo uma árvore genealógica para se perceber quem era a família e onde vivia.

Nunca tive esse cuidado com os meus registos, mas agora deixo no final um espaço para notas, porque frequentemente altero as receitas e, se resulta, é bom que fique registado.

No caso desta receita, o ano passado fotografei o bolo, de que colei a imagem e inclui a origem e as alterações. Já devia ter feito isto há mais tempo, mas com o em tudo na vida, vai-se aprendendo.

Um Bom Natal com os vossos doces preferidos!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Feliz e descomplicado Natal


A todos desejo um Feliz Natal de 2021. Mantenham as regras de segurança, porque a epidemia ainda não acabou.

Aqui fica uma ideia para toda a família colaborar na feitura dos doces, com afastamento social. Não precisam de fazer Christmas Pudding que a nossa tradição não inclui, mas podem aproveitar a inspiração.

Ideias igualmente boas as apresentadas para a preparação do perú e para a decoração de doces mostram-se nestas gravuras igualmente da autoria de William Heath Robison (1872-1944). Este cartoonista inglês ficou conhecido por desenhar máquinas complexas para fazer coisas simples, de que estes são apenas alguns exemplos apropriados à época.

Mas o seu grande trabalho foi na ilustração de livros infantis em que criou um mundo mágico que nos continua a encantar. Espreitem a sua vasta obra.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Guardanapo de toilette

Passei a olhar para os têxteis de mesa de uma forma diferente quando comecei a investigação para o livro Vestir a Mesa.

Para além da compra de livros e papéis comecei a adquirir toalhas, panos de tabuleiros, sacos, etc. para perceber melhor a evolução dos modelos. As surpresas foram muitas e o encanto pelas peças tornou-se cada vez maior.

Limito-me agora a falar dos guardanapos, que acompanham inevitavelmente as toalhas ou se apresentam dispersos por muitas pessoas os consideram hoje dispensáveis, apercebi-me da sua delicadeza e de como ao longo dos séculos foram encarados de formas tão diferentes. As suas dimensões, o fim a que se destinavam, o modo como devem ser dobrados, tudo isso é importante e diferenciador.

Tendo visto centenas deles deparei-me há pouco tempo com um guardanapo, em brocado de algodão, de pequenas dimensões, onde na barra circundante estava escrito TOILETTE, em grandes letras. Procurei uma explicação e finalmente descobri.

Trata-se de um guardanapo para limpar a cara. Ao contrário das toalhas de mãos, que se destinavam a esse fim, grandes e rectangulares, ou das toalhas para limpar o corpo, todos se podem considerar de toilette, mas os primeiros são pequenos.

Esta designação utilizava-se no século XIX, quando a higiene matinal era ainda parcial e o lavar a cara era mais frequente que o banho.

Pode encontrar-se a expressão serviette de toilette em Le Roi des montagnes, novela publicada por Edmont About, publicada em 1857 (p. 110), ou no romance de Charles-Ferdinand Ramuz (1878 - 1947), de 1910, Aimé Pache, peintre vaudois, onde consta o seguinte texto: «Fais bien attention aussi que tu as deux espèces de serviettes, une pour la figure et l'autre pour les mains» (p. 104).

Para concluir: depois de ver tantos guardanapos e quando pensamos que já vimos tudo, surge-nos uma surpresa, um guardanapo de toilette de que nunca tinha ouvido falar e penso que não serei só eu a espantar-me.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Museu virtual: Caixa com trinchante de carne

 

Museu virtual: Estojo com trinchante de carne

Nome do Objecto: Talher de trinchar em estojo

Descrição: Caixa de madeira forrada com três talheres do serviço de trinchar carnes: garfo, faca e fuzil (de afiar faca) ou espeto(?) (é facetado e não estriado como costumam ser os fuzis. Poderá servir para aves?).

Material: Metal com banho de prata e corno de animal não identificado.

Época: Final do século XIX

Marcas: Waker & Hall. Sheffield.

Origem: UK. Adquirido no mercado português.

Grupo a que pertence: equipamento culinário.

Função Geral: Serviço de mesa.

Função Específica: Trinchar carne.

Nº inventário: 4072

Objectos semelhantes: Não classificados.

Observações: A fábrica de talheres teve início em Sheffield em 1845 por iniciativa de George Walker, com o nome de Walker & Cº. Em 1853 associou-se Henry hall e a firma passou a designar-se Walker & Hall. Eram fabricantes de produtos em prata e com banho de prata (electroplated). A firma manteve-se em actividade até 1963 e, em 1965, o edifício, de grandes dimensões foi demolido.