sábado, 30 de março de 2024

Luís de Sttau Monteiro nos "Sabores da Escrita", em Coimbra

 

Para comemorar o 25 de Abril, num jantar como as características dos “Sabores da Escrita” quem melhor do que relembrar a figura de Luís de Sttau Monteiro.

Aliando as características de um gastrónomo às de um defensor da liberdade da escrita, farei uma pequena apresentação da sua actividade, na Escola Hoteleira em Coimbra.

Apoiando-me no texto do meu livro Luís de Sttau Monteiro Gastrónomo, farei uma curta apresentação sobre este tema. Segue-se um jantar com receitas de Sttau Monteiro, adaptadas aos dias de hoje, que promete boas surpresas.

Aqui fica o convite e a ementa. Apareçam.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Objecto mistério Nº 66. Resposta: Suporte de cálices de licor

 

Quando me chegou às mãos desconhecia para que servia. A sua forma longilínea, com uma barra central articulada com reentrâncias circulares, fez-me crer que se destinava a colocar cálices. Experimentei e ficou quase perfeito. Na realidade as hastes dos cálices deviam ser um pouco mais baixas e a campânula ligeiramente mais pequena. Mas o fim era este: transportar em segurança seis pequenos cálices.

De estética Art Deco, tem na base uma das marcas da WMF. Esta importante fábrica alemã foi fundada em 1853 por Daniel Straub, juntamente com os irmãos Schweizer, com o nome Straub & Schweizer. Em 1880, a empresa fundiu-se com a Metallwarenfabrik Ritter & Co. para formar a sociedade anónima Württembergische Metallwarenfabrik (WMF), com sede em Geislingen.

Marca tirada do site de David N. Nikogosyan

O G que surge abaixo da marca refere-se na realidade a essa cidade. A partir de 1925 os produtos ficaram mais artísticos graças à criação de um Departamento de Produtos Decorativos Contemporâneos (NKA). Criado sob a direção de Hugo Debach tinha o objectivo de consolidar o nome WMF entre os consumidores interessados em arte e design. Na fábrica que ainda hoje existe trabalharam nomes conhecidos de que saliento o nome de Peter Behrens, entre outros.

O estudo das marcas é complexo e consultei o trabalho do alemão David N. Nikogosyan. Coleccionador de peças WMF guiou-me pelas inúmeras marcas e permitiu-me concluir que a peça é de 1909-1920, apesar de existirem imensas variantes que a poderão colocar em 1925. De qualquer modo uma peça moderníssima para a época.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Objecto Mistério Nº 66. Pergunta.

Este objecto em metal tem cerca de 45 cm de comprimento por 6 cm de largura.

Para que servia e como se designava?




quarta-feira, 20 de março de 2024

Apresentação em Coimbra

 Para quem vive na zona e se interesse por este tema, fica um aviso prévio da apresentação do livro "Receitas particulares e Curiosas".



segunda-feira, 11 de março de 2024

A cozinheira da República

Chamava-se Júlia dos Santos e foi a proprietária da “Barraca Alegre”, que funcionava na “Feira de Agosto” no local da Rotunda. 
Mulher a assar sardinhas. Feira de Agosto. Arquivo CML.
Nesse local funcionavam também os teatros Maria Vitória e Júlia Mendes e vários barracas de farturas e a da Maria Botas, que tinham vindo das feiras de Belém e de Alcântara e que mais tarde iriam para o Parque Mayer. Júlia dos Santos refere igualmente o Artur das Farturas, que posteriormente iria também estabelecer-se no Parque Mayer.
Feira de Agosto. Arquivo Fotográfico CML
A chamada “cozinheira da República” foi entrevistada em 1931 por Tomé Vieira para o jornal O Notícias Ilustrado. Nas vésperas da revolução havia fugido do seu local de venda, receosa, até porque tinha tido conhecimento do assassinato do Dr. Miguel Bombarda, que havia sido seu médico. Voltou à sua barraca para acautelar os seus pertences, mas acordou rodeada por tropa e gente armada.

Cruzou-se com o tenente Brandão, na casa de quem havia trabalhado, que ao vê-la disse para Machado Santos: “Já temos cozinheira”. António Machado Santos foi considerado um herói da Rotunda e um pai da República., tendo tido uma vida atribulada, com altos e baixos até ao seu assassinato na Noite sangrenta de 19 de Outubro de 1921.

Aos olhos de Júlia Santos ele era já um herói. Descrevia-o como estando sempre em movimento, a dar ordens aos homens que dirigia. Quando chegou ao local dirigiu-se a todas as barracas de “comes e bebes” e mandou despejar os barris de vinho no chão e partir as garrafas de bebidas. Explicou que não queria que o pessoal se embebedasse. O jornalista comentou então que teria tido grande prejuízo. A resposta foi: “Não, pagaram tudo”.

Acrescentou ainda que, depois que acabou a revolução, Machado Santos disse-lhe: “Fica encarregada de distribuir pelos pobres todos os géneros que ali estão”. Assim fez e, esse bodo aos pobres, passados todos aqueles anos, ainda lhe trazia recordações felizes.

Na altura da entrevista vivia na “Villa Fernando”, na Rua Possidónio da Silva, rodeada pelos netos e com o marido paralítico, agradecia agora que se lembrassem dela.

As fotos, da autoria de Ferreira da Cunha, ilustravam o artigo.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Museu Virtual: Conjunto para refresco.

  

Nome do Objecto: Serviço para refresco em vidro.

Descrição: Conjunto de 6 copos de vidro altos, para refresco e de 6 copos pequenos (Shot), com balde de gelo central. Assentam numa estrutura metálica e tem uma pequena pega para transporte.

 Material: Vidro e metal. As peças em vidro têm uma cobertura que se assemelha às peças Wedgwood “jasperware”. A cor de base é o verde (podiam ser igualmente em azul) e apresentam relevos brancos. Os motivos mais frequentes são figuras gregas, intercaladas com árvores e apresentam um friso superior decorativo.

 

Época: Década de 1960.

 Marcas: Não tem

 Origem: Oferta de Teresa Rodriguez.

 Grupo a que pertence: Equipamento para o serviço e consumo de bebidas.

 Função Geral: Serviço e consumo de bebidas.

 Função Específica: Servir bebidas frescas (refrescos e outras).

 Nº inventário: 5102.

Notas:

Conjunto produzido pela Jeannette Glass Company, fábrica com início em 1898 e que anteriormente era a Jeannette Bottle Works que começou a produção no final da década de 1880, em Jeannette, Pensilvânia, USA. Ficou conhecida pela produção de vidros conhecidos por “Depression” (fabricados no período da Depressão) em cores que variavam do tradicional rosa, verde e transparente a uma cor azul-esverdeada mais incomum, chamada ultramarino.

Na década de 1960 produziram peças de vidro semelhantes ao estilo inglês Wedgwood Jasperware. Os mais divulgados foram os decorados com cenas de indivíduos vestindo toga e um cavalo e uma carruagem em cor branca sobre painéis verdes, ou azuis, com um a banda grega e desenhos de folhas de palmeira. Terminam muitas vezes com um filete dourado. Em 1970, o nome da empresa mudou para Jeannette Corporation, tendo a fábrica encerrado em 1983.