sexta-feira, 29 de abril de 2016

Chutney de Nêsperas

 
Com a minha vizinha a oferecer-me gentilmente nêsperas da época tenho-me desdobrado em receitas que as incluem. Comecei por fazer uma compota leve para acompanhar requeijão. Em seguida fiz doce a que juntei algumas especiarias como anis estrelado, canela e «chinese five spices», uma mistura que eu acho perfeita para receitas doces.
Esta semana decidi fazer chutney de nêsperas. Nunca tinha ouvido falar e pensei que ia ser uma invenção minha utilizando uma receita de chutney de manga. Afinal está tudo inventado e existe mesmo.

Fiz uma pesquisa em várias receitas e escolhi um misto que me pareceu mais adequado. Posso garantir que o resultado é óptimo.
Como sempre, as medidas são um pouco a olho, mas apresento as quantidades aproximadas:

- Nêsperas inteiras cerca de 1,5 Kg
- 2 maçãs
- 1 cebola e 3 dentes de alho
- ½ chávena de passas de uva
- 2 cm de gengibre fresco ralado (pode  também usar-se cristalizado)
- 2 chav. de açúcar
- 1 chav. de vinagre de vinho
- Sementes de mostarda, canela em pó, cominhos, 1 colher de chá de caril e uma pimenta picante.

Primeiros conselhos para quem já está especialista em transformar nêsperas: trabalhe em série ou vai ter mais trabalho. Comece por tirar os pés e lavar os frutos. Escaldam-se depois em água a ferver para tirar a pele mais facilmente, não as deixando cozer. Quando se tira a pele começa-se por tirar o «olho». Só depois desta fase se passa à de retirar todos os caroços.
Alouram-se numa frigideira as sementes de mostarda e cominhos e reservam-se.
Os restantes ingredientes vão ao lume num tacho e juntam-se as especiarias quando começa a cozer. Cozinha durante 45-60 minutos, até ficar com a consistência de um doce. Recomendo.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Museu Virtual: Escamador de peixe

Nome do Objecto: Escamador de peixe

Descrição: Objecto de forma oblonga com a forma de um corpo de peixe de cuja cauda sai uma pega. Dentado na parte inferior.

Material: Liga metálica com alumínio.

Época: Primeira metade do século XX.

Marcas: Não tem.

Origem: adquirido no mercado português.
Grupo a que pertence: equipamento culinário.

Função Geral: preparar alimentos.

Função Específica: retirar as escamas do peixe.

Nº inventário: 2082.

Objectos semelhantes: Não classificados.
Escamador de peixe, Mathias Alten, 1908
Observações: Desde os tempos pré-históricos, em que eram utilizados pedaços de xisto afiados com esta função, de acordo com achados arqueológicos, a forma dos escamadores de peixe tem variado grandemente. De uma forma geral hoje são mais usadas as facas para esse fim, embora entre os utensílios de cozinha se encontrem muitas outras variantes. Um dos exemplos desta colecção serviu já anteriormente para objecto mistério. Ver: Objecto mistério Nº 34. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Colóquio: A Mesa e as Artes


Não percam este programa aliciante e diversificado.
Eu vou «Vestir a Mesa dos séculos XV ao XX».
NOTA: 
Mais informações em gestao.ielt@gmail.com ou Tel: 217908300 ext 1241.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Uma toalha de cadilhos

Toalha de mãos em linho adamascado com monograma e franja (de cadilhos)
Conhecia o ditado popular «Quem tem filhos, tem cadilhos; quem não os tem, cadilhos tem. Em sentido figurado “cadilhos” significa preocupações, mas na realidade a palavra vem do espanhol cadillos (no plural) que se aplica aos fios iniciais de um tecido, sobre os quais se tece. De qualquer maneira pode-se deduzir que são o tipo de ligações que se estabelecem com as pessoas com quem temos afectividade que nos trazem preocupações.
Bodas de Cana. Mestre dos Reis Católicos, 1495.
Este raciocínio vem a propósito de uma lista de roupa branca usada na copa registada no inventário dos bens móveis do Bispo Conde de Vasconcelos e Sousa, falecido em 1717. Lá vêm mencionadas três toalhas de cadilhos. Na realidade cadilhos é também sinónimo de franja. Penso contudo que deve ser mais correcto aplicar esta designação quando a franja é feita com os fios da urdidura do tecido, como é o caso apresentado, e não quando esta é justaposta.

Pequenos nadas que nos fazem pensar e nos transportam para um outro tempo. 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

O Aspirador Electrolux contra inimigos

No Boletim da Legião Portuguesa, de 1941, surgiu um anúncio peculiar ao aspirador Electrolux, que me chamou à atenção. De maiores dimensões que os restantes era dirigido explicitamente ao leitor da revista, designado por «Amigo legionário».
Num tom intimista, com tratamento por tu que não era usual à época, apresenta algum espírito militarista aconselhando a defender-se dos inimigos da saúde que se escondem na própria casa. A mensagem veiculada tem também um sentido higienista aconselhando o aspirador na luta contra os pós e micróbios.
Esta ideia de purificação do ar, ao permitir uma limpeza mais profunda, que hoje nos é estranha era uma das bandeiras da empresa como podemos ver neste anúncio do próprio jornal Electrolux, distribuído nos Estados Unidos na década de 1940. 
E para terminar a análise deste anúncio não posso deixar de chamar à atenção para o facto do texto ser dirigido ao elemento masculino que o não utilizava. Era contudo o período em que o homem oferecia os eléctrodomésticos à sua mulher, juntando o útil ao agradável e tornando esta feliz. Perfeito.

domingo, 3 de abril de 2016

Museu Virtual: Torradeira Carrossel

 Nome do Objecto: Torradeira
Descrição: Torradeira circular rotativa com 4 entradas para torradas que podem ser alouradas ao mesmo tempo movendo as grelhas de inserção. A resistência encontra-se num cilindro central.

Material: Metal niquelado e baquelite grenat no botão superior e nos três pés.

Época: c. 1925-1930

Marcas: SALUTA 584 N.

Origem: Produzida na Alemanha, foi adquirida no mercado português.
Grupo a que pertence: Equipamento culinário.

Função Geral: Confecionar alimentos.

Função Específica: Torrar fatias de pão.

Nº inventário: 2081 

Objectos semelhantes: Ainda não inventariados.
Observações: Esta torradeira Art Deco, também conhecida por torradeira carrossel, é uma das mais famosas torradeiras rotativas.