quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Museu Virtual: Saleiro, Pimenteiro e Paliteiro

Nome do Objecto: Conjunto de mesa composto por Saleiro, Pimenteiro e Paliteiro.
Descrição: Objectos em forma de pequenos livros perfurados no topo.
Material: Cerâmica vidrada.

Época: Década 1950-1960

Marcas: Não tem. Caldas? Secla?

Origem: adquirido no mercado português.
Grupo a que pertence: Equipamento culinário.

Função Geral: Condimentar comida na mesa.

Função Específica: Um destina-se a sal, outro a pimenta e o maior a palitos.

Nº inventário: 2291.
Objectos semelhantes: Outros livros em cerâmica destinados a servir como paliteiros e outros objectos com a mesm aforma mas de maiores dimensões destinados a conter e servir bebidas alcoólicas.

Observações: 
Estes objectos foram usados na estalagem do Gado Bravo que se situava na Recta do Cabo, perto de Vila Franca de Xira. Em 1951 era descrito como um tendo quartos, salão de festas e uma adega ou taberna. Teve também anexo uma praça de touros. Foi seu gerente José Carlos Batista, juntamente com a sua mulher Maria José e mais tarde o seu filho Victor que aí estiveram até 1974. Na década de 1980  caiu no abandono encontrando-se hoje em ruinas.
Foto tirada do blog Retratos de Portugal
O hotel chegou a ter quatro estrelas e era considerado um estabelecimento de grande qualidade, em especial o restaurante, frequentado por pessoas ligadas à tauromaquia, fadistas como Amália Rodrigues, Hermínia Silva e outros artistas e pessoas famosas. Em 1951 aquando da visita da rainha Isabel de Inglaterra a Vila Franca de Xira foi junto à bomba de gasolina da Shell que fazia parte do empreendimento que foi montado o palanque. 
Paul Mcartney e Jane na estalagem gado Bravo. Foto tirada do site de Jane Asher.
Entre as muitas visitas menciona-se também a de Paul Mcartney que em junho de 1965 aí passou parte do dia antes de regressar a Londres com a sua namorada Jane Asher.
A decoração interior era rustica e de influências ribatejanas e estes objectos de mesa integram-se nesse gosto da época.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Objecto Mistério Nº 51. Resposta: Pinça para Espargos.

 Foi no século XIX que o serviço de talheres de mesa se expandiu. Surgiram os talheres de peixe (embora a sua divulgação fosse mais tardia) e muitos outros para o serviço de mesa requintado.
Embora muitos deles persistam e tenham entrado no quotidiano, outros já não existem. Um dos utensílios usados à mesa foi a pinça para servir espargos, em prata ou em liga de metal que a incluía, como a Christofle, entre outras. 

Os modelos de pinças para servir espargos foram vários desde a mola larga, sem pega, ao tipo de pinças individuais.
Li em qualquer lado que o modelo aqui apresentado foi mais usado pelos ingleses mas não posso confirmar.

A peça tem apenas uma marca que não consegui identificar, mas será talvez francesa (a ignorância é muito atrevida).

domingo, 21 de agosto de 2016

sábado, 13 de agosto de 2016

O Chá Lig

As duas caixas de «Chá Lig Extra Fino» da minha colecção pareciam-me iguais, à primeira vista e inicialmente pensei tratar-se de uma repetição.
O estado de conservação de uma delas é melhor do que o da outra, tendo a melhor conservada na base uma marca em relevo identificativa de ter sido feita na Casa da Viúva Ferrão em Lisboa, ao que se junta na tampa, escrito a preto «Vª Ferrão, Lda».
A que suponho mais antiga não está identificada mas foi seguramente feita na mesma Litografia, dada a semelhança. Nesta mesma lata pode ler-se na face posterior: «Único importador José Domingos Gil, Porto, Portugal».
Acontece que este Chá Lig foi registado em 25 de setembro de 1943 por Olinda do Espírito Santo Gil que se identificava como comerciante, estabelecida em Mira de Aire.
Estes dados levam-me a pensar que Olinda Gil, que procedeu ao registo em 1943, possa ser viúva de José Domingos, tendo mudado de local de habitação.
Registo da embalagem
Infelizmente não consegui juntar quaisquer outros dados para esclarecer esta situação. 
De qualquer modo não esperava que duas caixas tão semelhantes se completassem e só por isso fico contente.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Pequeno Guia de Pequenas Recepções

 Em 1964 a Cerveja Sagres, que se apresentava desde 1955 numa garrafa de vidro castanho, bojuda, com o rótulo pirogravado a branco, publicou um pequeno livrinho publicitário.
Pequenos convites sem cerimónia....
O grafismo da obra,  a preto, branco e amarelo, é muito interessante mas as imagens não estão identificadas e não consegui descobrir quem esteve por trás desta pequena obra. 
Depois de jantar.....
O tema lembra o verão e o fácil convívio entre as pessoas, sem ter de esperar por ocasiões especiais. São enumeradas variadas possibilidades de convites despretensiosos mas em que a cerveja, evidentemente, está sempre presente. 
Os homens entre si
Para acompanhar a cerveja sugerem-se bolachas tipo aperitivo, queijo em pedaços, rabanetes, carnes frias variadas, etc. nalgumas ocasiões podem-se apresentar pratos com sanduíches, biscoitos croquetes, salada russa, batatas fritas, amêndoas torradas, etc.
Os jovens divertem-se
É verdade que os convidados podem levar «qualquer coisa»: flores, compotas, bolachas, etc. 
Piquenique....
Os “etcetras” são vários mas concretamente sobre a mesa devem estar várias garrafas de cerveja, na proporção de uma garrafa de cerveja preta para quatro de branca.
Os grelhados são uma festa....
Quanto às ocasiões para estes encontros sem cerimónia são várias: depois de jantar; amigos trazidos pelo marido; jogos de cartas; depois do espectáculo; encontros de jovens; piqueniques; grelhados; festa surpresa; encontros de homens; encontro de amigas; o último copo.
Depois do espectáculo.....
E depois do último copo o repouso merecido e uma boa noite.
O último copo......

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Objecto Mistério Nº 50. Resposta: Alfineteiro

 A primeira vez que olhei para este objecto também pensei que era um paliteiro. Daí não admirar que fosse esta a resposta mais frequente. Mas temos que reconhecer que se fosse essa a resposta era muito fácil. 
A diferença entre alfineteiros e agulheiros é por vezes difícil. Mas mais frequentemente os agulheiros são em pano para reterem a agulha, uma vez que não têm cabeça, embora uma outra opção seja deixá-la com uma extensão de linha, ou utilzar caixas fechadas.
O tema deste blog também não facilitou as respostas certas. Habitualmente apresento objectos relacionados com a alimentação. E os paliteiros podem apresentar-se com uma variedade infinita de formas. 
Nesta caso a menina tem sobre os joelhos uma almofada, que alude às usadas para rendas de bilros. Além disso os buracos são mais pequenos do que os que encontramos nos paliteiros. Por último dentro existe ainda um alfinete que aí ficou retido.
É um objecto raro, de maiores dimensões do que as que observamos nos paliteiros. Não tem marca e apresenta apenas um «N» inciso e um número «1773», igualmente inciso na pasta vidrada. Apesar de não ser habitual datar estas peças, e não sei se isto é uma data, penso que seja do século XVIII.