segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um Floid, dois Floids, três Floids

Bem sei que o Floid não tem nada a ver com alimentação. Podia argumentar que um homem sentado à mesa, bem escanhoado, com um agradável aftershave, é bem mais agradável do que com barba por fazer, independentemente das modas.
Mas não é esta a razão. Este post deve-se apenas a que o primeiro frasco de Floid, que havia cá em casa, ganhou companhia e me apeteceu falar neles.
O FLOID é um aftershave que começou a ser produzido em Espanha em 1932. Era então apresentado sob a forma de «mentolado suave». Foi inicialmente feito em Barcelona pela Haugron Cientifical, SA e usado nas barbearias tradicionais. Passou depois a ser feito em Madrid e New York. Presentemente é feito pela Revlon.

Em Portugal teve grande divulgação e apreciação. Recordo as memórias de Maria da Conceição de Melo Rita e Joaquim Vieira em Os meus 35 anos com Salazar”. Nesse livro, a governanta de Salazar, mais conhecida por D. Maria ou Micas, recordava como este «apreciava receber pelo Natal o tónico capilar Nally e o after-shave Floyd».
Mas o Floid não era apenas um aftershave, apresentava-se também sob a forma de loção capilar, shampoo, tónico capilar azul (para cabelos brancos e grisalhos), cremes e fixadores para o cabelo, etc.  Todos estes produtos tinham em comum a utilização de um extracto vegetal retirado de plantas com poder bactericida, designado Haugrol e, era a esse produto, que eram atribuídas as características benéficas, protectoras e desinfectantes, do produto.
A loção Floid teve também uma versão italiana menos intensa.
No frasco actual já não se vê a cara de um homem a aplicar o produto na face, que se tornou a sua imagem de marca e a tampa já não é em baquelite. Também o selo metálico preso por um fio, que validava a sua pureza, desapareceu.
O mesmo conceito foi seguido por outras marcas como a “Geniol”, de Henry-Colomer, identificado como «massagem facial vitaminada para antes e depois da barba» e de que aqui se apresenta um frasco.

A história deste produto deve-se a José Colomer um jovem cabeleireiro que, em 1931, ganhou um concurso internacional de cabeleireiros, em Paris. Voltou a Barcelona como representante único dos produtos franceses Henry para Espanha e Portugal. A empresa teve grande sucesso tendo-se internacionalizado e em 1978 foi comprada pela Revlon.
Apesar do sucesso comercial do Geniol, este nunca conseguiu o feito do Floid, o de ser reconhecido como um produto de culto masculino.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ao post-barba Floyd recordo-o desde os anos 50 trazido de Espanha pelo
meu pai.Eu,na idade dos sonhos,utilizei outros:Aqua Velva,Pitralon e o apreciado e caro
Xirene.Que tempos esses!
Saúde,cumprimentos.
José

Ana Marques Pereira disse...

José,
Faço votos de que esteja tudo bem consigo. Mande-me notícias para o e-mail.
cumprimentos