O mundo está cada vez mais pequeno. Sexta feira de manhã parti para Bilbao para uma reunião que começava nesse dia à tarde e se prolongava por sábado, tendo regressado nesse dia à noite.
Felizmente o hotel estava situado no centro da cidade e pude, ainda ao final da manhã, dar um salto ao Museu Guggenheim, que ficava perto. Tinha lá estado há vários anos, logo após a inauguração do museu, obra de Frank Gehry e inaugurado em 1997. Na altura fiquei com a impressão de que o conteúdo do museu não estava à altura do edifício em si e pensei que talvez não estivesse ainda completo.
A arquitectura é absorvente, no sentido em que não nos cansamos de a ver, pelos seus diferentes ângulos e de a fotografar. Lá dentro a sua imensidão e a mistura de materiais impressiona-nos. Novamente fiquei desiludida com as obras expostas. Algumas instalações conseguiram mesmo provocar-me claustrofobia e fiquei aliviada quando saí. Eu sei que é preciso coragem para dizer isto. Não se fica bem visto pelos intelectuais. Mas senti-me recuperada quando cheguei cá fora e pude novamente observar o cão florido, o «Puppy», obra do controverso Jeff Koons.
Pelo caminho, porque o tempo não dava para mais, entrei numa loja gourmet com frutas, legumes e conservas e fotografei uma fruta que me disseram ser da região. Uma etiqueta identificava-a como «paraguayo». No meu subconsciente aquela imagem lembrava-me alguma coisa. Efectivamente, lembrei-me depois, eu já a tinha comprado em Portugal, mas desconhecia o seu nome. Utilizei mesmo a sua imagem num post sobre pêssegos na ausência de uma outra foto minha desses frutos.
Quando cheguei descarreguei as fotos e fui procurar o que era o “paraguaio”. É por este nome que é conhecido o fruto cujo nome científico é Prunus persica var. platycarpa. É uma variante do pêssego e apresenta uma forma achatada. Resulta de uma mutação relativamente recente e é originário da China, tendo-se espalhado pela Europa. É produzido sobretudo em Espanha em zonas mais temperadas.
E ali estava eu, feita turista, a fotografar um fruto local e afinal tratava-se de um fruto de origem chinesa, que quando o comprei em Lisboa, um ano antes, me deixou alguma inquietação. Nunca sei o que são estas novas variantes.
E fiquei a pensar que não é a distância, mas a confusão do que é característico de uma determinada região, que nos mostra como o mundo está cada vez mais pequeno.
5 comentários:
Sem dúvida que está o mundo cada vez
mais chinês.Quanto a Artes do séc.XX
não imagino o que sobrará para o futuro...
Cumprimentos.
José
José,
Infelizmente é proibido fotografar no interior. As fotografias que apresento são todas do exterior.
Um abraço
A dúvida expressa no último período
era mais lata.
Retribuo abraço.
José
Os Paraguaios são simplesmente deliciosos e suculentos, mas para mim nunca me canso de ver o Puppy, em toda a sua beleza, em Bilbao.
Carlos Caria,
O Puppy é o tipo de objecto que ninguém resiste a tirar uma fotografia com ele ao lado. Uma infantilidade que sabe bem.
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