quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O meu "fudge" e o dos outros

Apeteceu-me ser pretensiosa e dizer «o meu fudge». De meu só tem ser eu a fazê-lo, porque na verdade aprendi a receita num programa televisivo da Nigella Lawson.
Depois deste post também pode ser vosso porque vou dar-lhes a receita de uma forma simplificada, como eu gosto.
Passei há alguns dias na Baixa e vi na montra da Casa Macário uma embalagem de Fudge da marca Jack Daniel's. Como o Jack Daniel's é um dos meus whiskeys preferidos, resolvi comprar para experimentar. Descobri que era um fudge sem chocolate, muito agradável e com um leve sabor a whiskey. Como só conhecia fudge de chocolate resolvi saber um pouco mais sobre este doce.
O fudge é um doce feito de açúcar, leite e manteiga, a que se adiciona sabor (no caso referido uma bebida) ou chocolate ou frutos secos, como as nozes. O que interessa é que depois de pronto deve ficar com uma consistência macia, amanteigada, o que o distingue dos caramelos que, embora possam ter uma receita semelhante, fervem mais tempo e ficam mais duros.
A origem do fudge é obscura. Os americanos consideram que é um doce seu, por conseguinte recente, datando do final dos anos de 1880. A primeira referência a ele é de 1886, numa carta de uma estudante de um colégio de Nova York.
Há várias receitas iniciais, daquelas muito chatas, feitas com pontos de açúcar com temperaturas exactas e são todas diferentes.

Os escoceses também reclamam a sua paternidade considerando que a receita da “Scots tablet”, que vinha mencionada no livro “Household Book of Lady Grisell Baillie” (1692-1733), estaria na sua origem. Mas na realidade esta era mais parecida com um tipo de caramelo e, além disso, apesar de ter sido escrito no século XVIII, o livro só seria publicado em Edimburgo em 1911.
O que a maioria dos historiadores do fudge (se tal existe) acreditam é que este foi resultado de um engano na receita. Desconhece-se a etimologia da palavra, mas pode ter derivado de «fadge», então com o sentido de mistura mal feita. Outras explicações são ainda mais arrevesadas pelo que as omito.
Gravura retirada de um site de coleccionadores de  Jack Daniel's

Vamos então à receita do «fudge de chocolate»:
Derrete-se em banho-maria ou, mais fácil ainda, no microondas (no descongelar), 300g de um bom chocolate de culinária (cerca de 1 tablete e meia) aos pedaços, com uma embalagem de leite condensado e 30 g de manteiga (1/8 do pacote de manteiga). Depois de derretido mexe-se bem e juntam-se 150 g de pistáchio, esmagado aos pedaços (o mais prático é metê-los num saco de plástico, evidentemente sem casca, e esmagá-los com um maço de madeira).
Estende-se a mistura ainda quente numa prata, deixa-se arrefecer e leva-se ao frigorífico para endurecer. Quando sai do frigorífico retira-se a prata e corta-se aos quadradinhos, que se guardam numa caixa ou frasco.
Já experimentei esta receita com nozes e com pinhões mas nenhuma é tão boa como com pistáchios, que têm uma consistência mais dura que contrasta com a macieza do chocolate.
Aviso: Se experimentarem vão ficar viciados. Não digam que não avisei.

7 comentários:

Ana Maria Job disse...

Oi Ana! Amei o seu "fudge".Não conhecia.Andei ausente mas vou voltar.Abraço.Como sempre PARABÉNS PELO BELÍSSIMO TRABALHO!Estou lhe enviando um e-mail.

Ana Marques Pereira disse...

Ana Maria Job,
Obrigada. Já mandei uma mensagem para a Carolina.
BJ

A.Teixeira disse...

Folgo ver-te «reconciliada» com a Nigella Lawson.

Ana Marques Pereira disse...

A. Teixeira,
Deve-se saber aproveitar o que as pessoas têm de bom. Além disso depois da Nigella surgiram uns cozinheiros com programas tão maus, que acabei por a achar uma estrela.
Bj

Anónimo disse...

que "péssima" ideia teres colocado aqui a receita tiá!

beijinho

Ana Marques Pereira disse...

Anónima Margarida,
Podes e deves usar a receita e fazer o chocolate. Se calhar é a tua primeira experiência culinária. Livra-te de comeres o fudge com a velocidade com que eu vi ao prová-lo.
Um bj

Anónimo disse...

ficou uma desgraça... e ainda bem!

beijinho,
Margarida