Bem, custa a acreditar mas, como podem ver, a caixa de bolachas é um tinteiro. É de origem francesa e tem na base uma marca que não consigo identificar.
Penso que se destinava a ficar bem à frente dos olhos, no intervalo das refeições, para lembrar que, se aparecesse a fome, sempre podiam comer uma bolachinha. Se era esse o efeito, afinal fazia sentido.
Mas às vezes é difícil entrar na cabeça dos publicitários e compreender o que pensaram, ou o que acreditaram que conseguiam desencadear como desejos na cabeça do consumidor.
As reproduções de bolachas foram usadas em vários tipos de publicidade.
Veja-se o exemplo desta bolacha em porcelana da “Fábrica da Pampulha” de Eduardo Costa, que tem escrito “Tapioca”. Fica-se sem saber se a bolacha levava tapioca ou se servia de publicidade à tapioca. Sobre esta fábrica, de que tenho um interessante cartaz publicitário, falarei numa outra vez, porque só por si merece um tratamento à parte.
Por último, mostro um bloco de apontamentos, que comprei há alguns anos, em que as capas, em borracha dura, são reproduções das célebres bolachas da marca “LU” de Nantes. Esta bolacha tipo «Le Petit Beurre» foi inventada por Louis Lefèvre-Utile em 1886. Como não registou a patente da bolacha no imediato da sua criação, muitas cópias surgiram posteriormente. A sua forma característica serviu de base a anúncios publicitários em que se salientava «Petit Beurre, 4 orelhas e 48 dentes» para a distinguir das outras.
Estes são apenas alguns exemplos de objectos “trompe l’oeil”, em que os alimentos foram muito utilizados e que constituem, para mim, um mundo fascinante.
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