quinta-feira, 24 de julho de 2014

A chegada dos fogões a gás

 A utilização do gás de hulha em Portugal começou pela iluminação pública e privada. Para além do seu consumo ser caro as infraestruturas necessárias, como as tubagens e aparelhos de iluminação adequados, faziam com que fosse restrito o seu uso.
É evidente que foi nas habitações em que já estava implantado para iluminação que mais precocemente se divulgou a sua utilização na cozinha. Mas também aí eram necessários fogões adequados e apesar das modificações, como se pode observar, a estética não os afastava ainda muito dos anteriores fogões em ferro assentes em pernas.

Quando no final do século XIX a Lisbonense se juntou à Gás de Lisboa para dar origem à Companhia Reunida de Gás e Electricidade (CRGE) tornou-se evidente a necessidade de publicidade ao gás para uso doméstico.
Este postal com data de 1909 é um dos exemplos bem humorados da divulgação dos fogões a gás, em substituição dos que utilizavam lenha ou carvão, enaltecendo-se o tempo livre da cozinheira que até dava para fazer meia e namorar com o seu magala. 

Antes do início da Primeira Guerra Mundial o número de consumidores de gás doméstico tinha aumentado muito, mas a guerra dificultou o abastecimento da hulha a Portugal e na década de 1920 começavam a surgir novos competidores: os fogões eléctricos. Mas o lisboeta, que teve sempre melhor acesso aos vários tipos de gás, nunca mais dispensou este tipo de fogões. 

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