
Fui numa quarta-feira à tarde, em que a visita é grátis das 16 ás 20 horas. Cá fora existia uma fila para receber bilhetes, que desaparecia rapidamente. Lá dentro parecia uma festa. Imensos jovens distribuíam-se pelas salas, enquanto outros conversavam no hall de entrada ou descansavam no jardim. No 1º piso a instalação de um microfone permitia uma performance improvisada em que as pessoas se limitavam a gritar ao microfone. Os gritos, com diferentes características, ecoavam pelo museu. Uma experiência seguramente libertadora para os visitantes actuantes, mas progressivamente incomodativa, à medida que a visita se prolongava.
Apesar de detestar multidões achei graça aquela acumulação de visitantes que aproveitavam a “borla”.
Sobre as obras expostas limito-me hoje a falar num dos quadros que fotografei. Nos USA pode fotografar-se nos museus desde que não se use flash, uma prática que adoro.
Trata-se do quadro de 1924, designado ODOL, da autoria de Stuart Davies (1892-1964). O autor, de origem americana, foi um precursor na representação de marcas, muito antes de Andy Warhol e de outras artistas da Pop Art. Pintou quadros com arranha-céus, estações de gasolina, frontarias de armazéns e assuntos relacionados com música de jazz. Nos anos 20 começou a pintar em estilo cubista representando imagens de objectos correntes, como um pacote de tabaco “Lucky Strike”, em 1921 e este “Odol”, de 1924.

O Odol é um antiséptico bucal, criado no final do século XIX por um farmacêutico, Karl August Lingner, e um químico, Richard Seifert. Esta água desinfectante foi buscar o nome ao grego Odus (de dente) e ao latim Oleum (óleo).




Hoje em dia o mesmo continua a ser vendido, com o mesmo formato, mas agora já é em plástico. Evoluções.